Ter um líder tóxico não é apenas um inconveniente, pode ter sérios efeitos na nossa saúde física e mental. Um estudo da "Harvard Business Review" conclui que tal pode levar à diminuição da eficiência e a um mau atendimento ao cliente. No entanto, são muitos os colaboradores que continuam a seguir este tipo de liderança.
Ronald Riggio, professor de liderança e psicologia organizacional no Claremont McKenna College, na Califórnia, EUA, declara à CNBC que tudo se resume a “tendências humanas”. O docente acrescenta que há quatro principais motivos pelos quais as pessoas seguem um líder tóxico:
1. Quid pro quo
Algumas pessoas conseguem identificar os maus atributos de um líder, mas encorajam-nos porque pensam que serão recompensadas por demonstrarem lealdade. “Um mau líder atrai capangas que o cercam porque gostam de estar ligados a uma pessoa poderosa”, afirma Ronald Riggio.
2. “Preguiça cognitiva”
Se se tem um líder tóxico, pode ser muito tentador tentar ignorar o problema e dizer a si mesmo que está tudo bem, porque exige muito esforço tomar uma atitude a esse respeito. É o que o professor apelida de “preguiça cognitiva”. Tornamo-nos “preguiçosos e acabamos por aceitar as coisas como elas são”, diz. Se ninguém desafia um líder quando este faz algo de errado, pode-se estar a piorar o seu comportamento, pois o líder tem menos receio das consequências.
3. Pensar que bons resultados significam boa liderança
Onde alguns de nós observam o comportamento tóxico de um líder, outros podem apenas ver que ele está a produzir resultados, o que muitas vezes esconde a sua conduta, segundo Ronald Riggio. “Para estes líderes, os fins justificam os meios. Se parecem eficazes, as pessoas simplesmente não questionam como chegaram lá”.
4. Confundir egoísmo com confiança
É fácil confundir auto-importância e egoísmo com confiança e poder. “Somos atraídos pelas pessoas que parecem competentes – como se pudessem assumir o comando e adotar um papel de liderança”. Só que, como refere o professor, “podem ser narcisistas e as coisas podem sair do controlo”.
Assim, Ronald Riggio incentiva a que reconheçamos estas tendências psicológicas, para que possamos identificar quando estamos a seguir liderança tóxica. Acrescenta que também ajuda a compreender como é um bom líder: alguém que alcança resultados enquanto limita os danos colaterais, demonstra um cuidado genuíno pelos seus funcionários e aceita ajuda e feedback. E que deixa “uma equipa em melhor situação do que aquela em que a encontrou”.
17-04-2024
Portal da Liderança
Nota: Artigo adaptado de um texto produzido por Ramón Armero para a “Business Insider España”.