A lista das 10 maiores empresas portuguesas é encabeçada pela Petrogal, que mantém liderança e continua a ser a maior empresa nacional.
1. PetrogalFaturação cresce 11%, superando os dez mil milhões de euros. Galp - Gás natural entra para a 6ª posição.
Galp Energia tem vindo a ser líder consecutivo do ranking das 1000 Maiores Empresas nacionais, sendo também a maior exportadora. Aliás, "mais de 50% do EBIDTA da Galp Energia nos primeiros nove meses de 2013 foi gerado no exterior", como explica fonte oficial da empresa ao Diário Económico. A Galp Energia viu as exportações dispararem este ano. O volume de vendas ao exterior foi de cerca de 3,1 mil milhões de euros nos primeiros nove meses de 2013. "Um número que representa aproximadamente 9% do total das exportações nacionais", recorda ainda. Em relação ao período homólogo de 2012, a evolução "é bastante positiva, verificando-se um aumento de cerca de 25%", informa, revelando que "Espanha, Estados Unidos, Gibraltar e Marrocos são os principais destinos das exportações da Galp Energia".
Em 2012 a empresa faturou mais de dez mil milhões de euros, mais 11% que em 2011, tendo atingindo também 3,2 mil milhões em exportações, de acordo com dados divulgados pela Ignios Portugal, que são dados não consolidados e têm em conta a atividade da empresa, e não do grupo onde a mesma se insere.
Em 2013 está a revelar igualmente boa performance, também devido do elevado índice de internacionalização da empresa.
Angola e Brasil são os mercados "com maior impacto nos resultados, representando cerca de 33% do EBIDTA total". E é aliás no Brasil que está atualmente o principal projeto nos mercados externos, no que toca à área de exploração e produção de petróleo. A empresa já tem a operar a segunda unidade de produção, no campo Lula, na cidade de Paraty, no Brasil, com uma capacidade de produção de 120 mil barris de petróleo por dia. Outro projeto a destacar é a campanha de poços exploratórios desenvolvida ao longo do ano em Moçambique, que permitiu aumentar os recursos de gás natural.
Em Portugal, foi no início do ano inaugurada uma nova unidade de negócio de refinação, com a entrada em operação do novo hydrocracker da refinaria de Sines. Este é o maior projeto industrial de sempre em Portugal, envolvendo a conversão das refinarias de Sines e Matosinhos, num investimento superior a 1,4 mil milhões de euros.
Fonte da empresa sublinha a importância deste projeto, uma vez que com este investimento "o país passou não só a produzir gasóleo suficiente para satisfazer as necessidades totais do mercado, como a exportar este produto, que até agora só importava".
Do mesmo grupo, a Galp - Gás Natural conseguiu entrada direta para o top 10, ocupando a sexta posição do ranking, uma subida de seis lugares, comparativamente ao ano anterior. A empresa atingiu em 2012 um volume de negócios de 2,4 mil milhões de euros, mais 36% do que em 2011. A sua aposta tem recaído "cada vez mais na atividade de trading, ou seja, na atuação nos mercados internacionais do gás natural". As vendas neste segmento beneficiaram também do aumento da procura de gás natural nos mercados internacionais, "especialmente na Ásia e na América do Sul", contrariando a contração no mercado ibérico, "com uma diminuição das vendas a clientes no sector elétrico".
Segundo a Galp - Gás Natural "em 2012 as vendas totais do gás natural foram de 6,25 mil milhões de metros cúbicos, um aumento de 17% em relação a 2011, que corresponde a um EBIDTA de 348 milhões de euros".
A empresa assegura que estará sempre de olhos postos no mercado global onde quer continuar a oferecer todas as formas de energia: gás natural, eletricidade e combustíveis líquidos".
2.; 5.; 8. Grupo EDP
EDP Serviço Universal, EDP Distribuição e EDP Energias de Portugal em destaque no ranking.
O grupo EDP tem três empresas no top 10 das 1000 maiores empresas portuguesas, de acordo com o ranking elaborado pela Ignios para o Diário Económico. A EDP Serviço Universal é a que está melhor posicionada, ocupando a segunda posição, tendo registado um volume de negócios de 4.955 milhões de euros, mais 31,05% do que em 2011. A EDP Distribuição, que faturou em 2012 cerca de 2.612 milhões de euros, está na 5ª posição e a EDP Energias de Portugal, no 8º lugar, tendo sendo o seu volume de negócios de 2.190 milhões de euros, menos 9,95% do que no ano anterior.
A presença do grupo EDP na tabela das 1000 Maiores Empresas vai bem mais além do top 10. De facto, são pelo menos mais sete as empresas EDP que aparecem entre as 1000 maiores. É o caso da EDP Gestão de produção, que está na 16ª posição, a EDP Comercial, no 21º posto, a EDP Gás, na 70ª posição, e a EDP Renováveis, que se encontra na 192ª posição. Já a EDP Gás Serviço Universal posiciona-se na 313º posto e a EDP Valor a meio da tabela. No 768º lugar do ranking de 2012, que aqui publicamos, está a EDP Produção.
De acordo com o relatório de contas da empresa de 2012, o grupo apresentou naquele ano um aumento do EBIDTA de 8%, assente nas duas grandes plataformas de crescimento: renováveis e Brasil que, em conjunto, representam quase 41% do mesmo.
Parte do sucesso da empresa em 2012 deve-se ao cumprimento do programa hídrico em Portugal, com a entrada em serviço da repotenciação da central de Alqueva, o enfoque na diversificação geográfica de projetos eólicos e a execução dos atuais projetos de geração no Brasil.
No âmbito da compra dos 21,35% que o Estado português detinha na EDP pelos chineses da Three Gorges Corporation, a empresa chinesa irá investir dois mil milhões de euros até 2015 em participações de 34-49% em projetos de energia renovável correspondentes a 1,5gW em operação e prontos a construir, dos quais 359 milhões de euros (615mW) foram concluídos a 20 de Dezembro de 2012. A parceria inclui ainda um compromisso de financiamento por parte de uma instituição financeira chinesa à EDP, ao nível corporativo, num montante até dois mil milhões de euros.
De referir que o investimento do grupo em expansão e manutenção, para 2014 e 2015, vai ficar abaixo da meta dos dois mil milhões de euros, com 1.700 milhões de euros em 2014 e 1.500 milhões de euros em 2015.
Esta decisão, refere a empresa em comunicado, "dará um contributo positivo para os objetivos de redução dos níveis de endividamento no período de 2013-2015". As suas necessidades de liquidez estão atualmente cobertas até ao primeiro trimestre de 2015.
No final do terceiro trimestre, a EDP apresentava uma dívida líquida de 18.096 milhões de euros, refletindo uma diminuição de 137 milhões face a dezembro do ano anterior.
Neste mesmo período, o investimento operacional da EDP, excluindo os 91 milhões de euros recebidos de subsídios federais para parques eólicos nos EUA, subiu 5%, para 1.257 milhões de euros, consequência do financiamento da nova capacidade hidroeléctrica em Portugal e Brasil, e da eólica fora da Península Ibérica.
Apesar da estagnação dos lucros, que se fixaram em 792 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, menos dois milhões que em igual período de 2012, o resultado bruto de exploração aumentou 2% para 2.799 milhões de euros. Para esta ‘performance' contribuíram sobretudo as subsidiárias brasileiras e a EDP Renováveis, sendo de prever, segundo a estimativa dos analistas, que o grupo tenha um lucro líquido superior a 900 milhões de euros em 2014 e um EBIDTA de 3,7 mil milhões de euros.
3. Pingo Doce
Pingo Doce sobe duas posições e passa a terceira maior empresa.
Pingo Doce tem vindo a subir na tabela das mil maiores empresas. Se em 2011 estava na quinta posição, atrás da Modelo Continente, em 2012 ultrapassou a concorrente, subindo duas posições e passando assim a ocupar o terceiro posto, com 3.232 milhões de euros de faturação, mais 2,80% do que em 2011. Isto de acordo com os dados divulgados pela Ignios, que dão conta dos resultados não consolidados e respeitantes não a grupos mas a empresas por si. Apesar da subida no ranking, a mesma informação revela uma queda de 27,02% nos resultados líquidos da cadeia de supermercados.
Já este ano, até Setembro, as vendas da marca atingiram os 2,3 mil milhões de euros. Uma boa ‘performance' da qual não é alheia a forte atividade promocional que a insígnia tem feito e que tem ajudado a conquistar quota de mercado.
Se tivermos em conta o grupo Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, os números mais recentes revelam que até Setembro deste ano foram registados lucros de 281 milhões de euros, um aumento de 3,3%, face a igual período do ano anterior, valor que atingiria um crescimento de 11,8% se fossem excluídos os novos negócios.
Segundo a empresa, as vendas consolidadas nos nove primeiros meses deste ano aumentaram 11,5%, chegando aos 8,7 milhões de euros. E se a insígnia Pingo Doce tem aqui grande importância, a marca com que o grupo opera na Polónia, a Briedronka, tem atualmente um peso ainda maior. De acordo com os dados divulgados pelo grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, no Dia do Investidor, a 29 de Outubro, a prioridade é a atividade internacional, uma vez que apenas entre 15% a 20% dos 2,2 mil milhões de euros de investimento previsto no âmbito do plano estratégico para o triénio 2014-2016 serão alocados à operação portuguesa, sendo que entre 60% a 70% têm como destino a Polónia.
Neste país está prevista a abertura de 800 novas lojas, o que levará a empresa à fasquia dos três mil espaços em operação em 2015. Em 2016 as vendas da cadeia de hard discount polaca deverão atingir 12 mil milhões de euros. Naquele país, a cadeia de drogarias Hebeterá um reforço de 200 novas lojas, sendo importante referir que este ano as vendas da Hebe deverão ascender a cerca de 60 milhões de euros. No total de todas as insígnias do grupo, a previsão é que até 2016 as vendas cresçam entre 12% a 15%.
A nível internacional, o grupo Jerónimo Martins, que desde 1 de Novembro já não conta com Alexandre Soares dos Santos como ‘chairman', apostou também na Colômbia, onde a palavra de ordem para o triénio é de ‘expansão acelerada' da marca Ara e garantia da presença em, pelo menos, três regiões. Depois de inaugurar as primeiras cinco lojas em Março, o grupo quer ter em 2013 36 espaços em funcionamento. Este número está em linha com a estimativa inicial de contar com entre 30 a 40 espaços.
No mercado nacional a empresa quer abrir 30 novas lojas Pingo Doce e remodelar vários espaços em 2014. A reestruturação logística, com a instalação de dois novos centros de distribuição noAlgarve (em 2014) e no Norte (em 2015) também faz parte da estratégia.
Em Portugal, o grupo tem ainda o Recheio (27º no ranking), marca de cash& carry, para a qual a estratégia passa por aumentar a quota de mercado no retalho e no canal horeca (hotéis, restaurantes e cafés), assim como pelo crescimento das exportações.
4. Modelo Continente
Vendas no Modelo Continente recuperam em 2013.
Em 2012, a Modelo Continente manteve a quarta posição no ranking das 1.000 maiores empresas nacionais, registando uma queda no volume de negócios de 2,10%, ao atingir mais de 3.100 milhões de euros, de acordo com dados da Ignios. Mas não é apenas a Modelo Continente que está no ranking das 1.000 maiores empresas. A Continente Hipermercados também está na lista, assim como a PharmaContinente.
Já no que respeita a 2013, os valores divulgados pela empresa revelam uma tendência de crescimento. Durante os primeiros nove meses do ano, a Sonae MC, empresa do grupo Sonae que gere as lojas, atingiu os 2.492 milhões de euros de volume de negócios, um crescimento de 4%, comparativamente a período homólogo de 2012 e de 4,3% no trimestre. Um comportamento que fonte oficial da empresa justifica com "uma evolução positiva de 1,5% das vendas no universo comparável de lojas, acima da média de mercado, sustentado pelo aumento de quantidades vendidas".
Importante será mencionar o peso das marcas brancas, que alcançaram nos primeiros nove meses de 2013, "uma representatividade de aproximadamente 31% nas categorias de Fast Moving Consumer Goods". No crescimento das vendas, de registar ainda "a política de preços baixos e a atividade promocional das insígnias da Sonae", que, segundo a empresa "tem-se traduzido num elevado grau de fidelização dos clientes e no sucesso dos cartões disponibilizados", sendo que o Cartão Continente já conquistou mais de 3,3 milhões de pessoas.
Uma das novidades deste ano passa pela compra da Sonae MC de oito estabelecimentos comerciais da insígnia Hiper Sá, na Madeira, sendo que até ao final de Outubro foram abertas sete novas lojas convertidas em Continente naquele arquipélago.
Entre remodelações e novas lojas, a empresa investiu nos primeiros nove meses do ano 70 milhões de euros, alocados "essencialmente, à abertura seletiva de lojas de retalho, incluindo três Continente Bom Dia, cinco Continentes Modelo na Madeira e uma galeria comercial em Sines que inclui um Continente Modelo, Well's e Bom Bocado".
Em todo o país, a Sonae MC conta com 515 lojas, entre as quais 40 Continente, 119 Continente Modelo e 34 Continente Bom Dia. Já a marca de franchising Meu Super prevê ter até ao final do ano 70 lojas abertas.
A empresa quer, em 2014, "continuar a potenciar a sua atividade, prosseguindo com a sua estratégia de desenvolvimento, expandindo o seu novo conceito de loja e explorando novos caminhos de desenvolvimento, nomeadamente através de modelos capital light".
Além do mercado interno, a Modelo Continente tem feito alguma aposta em mercados internacionais, exportando para países como Cabo Verde, Timor e Tailândia. Uma atuação que se enquadra, esclarece, "na estratégia de internacionalização da Sonae, que pretende explorar a excecional base de ativos e a capacidade de inovação que detém em Portugal". A expansão internacional da empresa está sustentada numa forte "aposta das marcas próprias e exclusivas, bem como marcas de produtores portugueses, fruto das parcerias estabelecidas com um vasto conjunto de produtores nacionais", diz fonte oficial da empresa.
Já a entrada da marca Continente em Angola, inicialmente prevista para 2014, está "sem nenhuma data definida".
7. TAP
TAP expande frota e aumenta destinos onde opera
A inauguração de dois novos destinos no continente africano - Boavista, em Cabo Verde, no dia 28 de Outubro e Tânger, em Marrocos, no dia 29, são as mais recentes novidades da TAP, que ocupa o sétimo lugar no ranking de 2012 das 1.000 Maiores Empresas, subindo uma posição relativamente ao ano anterior.
A TAP tem reforçado a presença no continente africano, onde tem "vindo a ganhar cada vez mais importância e peso estratégico", garante fonte oficial, explicando que o crescimento da rede "antecipa um crescimento maior já anunciado para 2014, com o reforço da frota em seis aeronaves, que permitirão consolidar os pontos fortes da TAP: Europa, América do Sul e África".
Em 2012 a empresa registou mais de 2,3 mil milhões de euros de faturação, mais 6,9% que no ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Ignios. Os mercados internacionais são responsáveis por 75% das receitas da companhia aérea portuguesa.
Apesar da TAP estar a viver um período de incerteza quanto ao futuro, por se prever a sua privatização, tem conseguido crescer em vários campos. "O tráfego tem aumentado consistentemente ao longo deste ano, acima dos 4%, prevendo a TAP fechar o ano com cerca de 10,9 milhões de passageiros", diz fonte da empresa que minimiza o facto da falência técnica da empresa se ter agravado no primeiro semestre do ano, justificando com o impacto da sazonalidade na atividade, frisando que "o segundo semestre corresponde normalmente a 55% das receitas".
Para o próximo ano, as perspetivas são otimistas, o que se deve, em parte, "à entrada em serviço de novos aviões em 2014" e à continuação dos planos para expandir a rede, "estando já anunciados Manaus e Belém, como novos destinos, e alguns reforços no Brasil e África", informa a mesma fonte.
Sobre a aposta nos destinos internacionais, a TAP esclarece que o objetivo é "reforçar os mercados tradicionais e entrar em novos destinos na Europa e continuar a reforçar a presença na América do Sul e África".
De frisar que a TAP voa, atualmente, para 34 países num total de 77 destinos servidos, estando em curso com um processo de recrutamento de novos quadros navegantes - técnicos e comerciais.
Sobre a privatização, a empresa diz acredita que permita à TAP "reforçar a sua expansão em condições financeiras mais benéficas, possibilitando a sua recapitalização".
Importante referir que em 2007 a TAP comprou a Portugália Airlines (PGA), passando a PGA a integrar o Grupo TAP, assumindo um novo modelo de negócio.
A aquisição da PGA veio reforçar a posição competitiva da TAP com o aproveitamento de recursos já existentes e de sinergias várias, traduzindo-se no crescimento e melhor oferta no âmbito da rede do Grupo.
Importante referir que apesar da existente relação contratual, as duas empresas são independentes, com a Portugália a aparecer no ranking das mil maiores na 397ª posição, tendo obtido em 2012 uma faturação de 72 milhões de euros mais 17,27% que no ano anterior, segundo a Ignios.
9. Repsol Portugal
Repsol Portuguesa fatura 2.130 milhões em 2012 e ocupa a 9ª posição.
A faturação da Repsol Portuguesa cresceu 3,9% em 2012, atingindo os 2.130 milhões de euros e um resultado líquido de 23 milhões de euros, de acordo com a Coface Portugal. Para este ano, António Calçada de Sá, presidente, diz esperar "manter níveis idênticos, fruto de uma estratégia de consolidação continuada". Já para 2014, garante que a Repsol Portuguesa, que manteve em 2012 o nono lugar no top 10 das mil maiores, vai continuar "a investir na consolidação da posição no mercado dos combustíveis, na competitividade do negócio petroquímico e na pesquisa de recursos naturais offshore, em Portugal".
Apesar do clima económico adverso, a petrolífera de origem espanhola mantém a estratégia de crescimento e consolidação no mercado português, onde projeta investir, durante o próximo ano, entre 90 a 100 milhões de euros. Um esforço financeiro que será canalizado maioritariamente para as áreas da distribuição de combustíveis e exploração e produção de gás natural, como revelou recentemente ao Diário Económico o presidente da Repsol Portuguesa, António Calçada de Sá.
Deste pacote, 15 a 20 milhões de euros têm como destino a manutenção e modernização da rede de distribuição, atualmente com 430 postos, bem como a instalação de novos postos de abastecimento. A restante verba, entre 70 a 80 milhões de euros, será gasta na sondagem de gás natural na costa algarvia.
Quanto aos objetivos a médio prazo, António Calçada de Sá diz que passam por "continuar a consolidar a sua posição no mercado através do investimento continuado na sua rede de estações de serviços".
No sector petroquímico, o mais afetado pela crise global, o objetivo passa por começar a colher frutos do investimento de 30 milhões de euros realizados recentemente no complexo industrial de Sines. O projeto implicou a redução dos custos de produção, através da adoção de matérias-primas mais baratas. Com vendas de 500 milhões de euros e 85% da produção destinada no mercado externo, "Sines está a reforçar a sua competitividade", acredita o responsável.
De acordo com a empresa, a Repsol tem quotas de mercado sempre acima dos 20% nos vários sectores onde opera, sendo de relevar os segmentos de retalho e vendas diretas "com pesos equivalentes em termos de volume de negócio", esclarece António Calçada de Sá.
Com as exportações a superarem em 2012 os 143 milhões de euros, a Repsol Portuguesa tem como principais atividades, além da distribuição de combustíveis líquidos e gasosos, uma atividade industrial na área da petroquímica, a Repsol Polímeros, que ocupa o 36º lugar do ranking das mil maiores empresas nacionais, empresa que exporta mais de 85% da sua produção, sobretudo para mercados da europa ocidental. Localizada em Sines e com uma faturação próxima dos 700 milhões de euros, a Repsol Polímeros produz cerca de 800 mil toneladas de olefinas e poliolefinas.
No país, o grupo tem ainda a Repsol Gás Portugal (155º lugar), que explora e produz petróleo e gás natural, sendo que as três empresas faturaram em 2012 cerca de três mil milhões de euros.
Nesta área, a empresa está com um projeto ao largo de Peniche, onde se tornou o operador da concessão, depois de reforçar a sua participação para 65% com a saída da Petrobras. "Este projeto está numa fase prematura. Encaixa numa lógica de diversificação dos projetos de investimento da Repsol a nível mundial. Há ali uma oportunidade e estamos a estudá-la", disse António Calçada de Sá ao DiárioEconómico. No Algarve as atenções, finalizados os trabalhos sísmicos, centram-se agora na perfuração do primeiro furo em 2014.
10. Autoeuropa
Autoeuropa produz 90 mil automóveis em 2013.
No final de 2013, a Volkswagen poderá atingir um valor superior a 90 mil unidades produzidas, disse António de Melo Pires, diretor-geral da construtora automóvel ao Diário Económico. O responsável destaca a celebração da produção de dois milhões de carros na fábrica de Palmela com o Sharan 2.0 TDI Higline em Julho deste ano, sendo este o primeiro feito de uma fábrica automóvel em Portugal.
2013 fica igualmente marcado pela assinatura de um contrato de investimento com o Estado português no valor de 38,2 milhões de euros da marca Volkswagen em projetos de melhoria tecnológica da empresa nas áreas de produção e não produção, como pintura, cunhos e cortantes e tecnologias de informação. Este investimento, sublinha o responsável, "insere-se no âmbito de um programa de atualização tecnológica da Volkswagen Autoeuropa (VW Autoeuropa) ".
A aposta na inovação de processos é, para o responsável, um dos motores de crescimento de empresa no futuro, a par da exportação de conhecimento e cultura de equipa.
A ocupar o décimo lugar no top dez das maiores empresas nacionais, a VW Autoeuropa, desceu três posições, uma vez que ocupava o sétimo lugar em 2011. A explicação pode estar na consecutiva quebra de produção que tem assolado a empresa. Em 2012, a empresa faturou 1.940 milhões de euros, menos 13,61% do que em 2011, tendo registado uma quebra de 9,17% nos resultados líquidos, segundo dados divulgados pela Ignios. Em termos de produção automóvel, o ano passado, cifrou-se numa quebra de 15,4% por comparação com 2011. Em 2012, a fábrica situada em Palmela produziu um total de 112.550 unidades, contra 133.100 em 2011.
No que respeita a 2013, António de Melo Pires admitiu ao Diário Económico que está a ser "um ano atípico em termos de volume de produção, por razões essencialmente de conjuntura económica". Este é, aliás, um problema das construtoras automóveis que têm vindo a ver a produção a cair e a WV Autoeuropa não foi exceção.
No entanto, a empresa não cruzou os braços. "Por forma a fazer face ao excedente de colaboradores provocado por esta situação, foi iniciado um programa de desenvolvimento de competências para colaboradores na ATEC, assim como um programa de colocação de 200 colaboradores pelo período de um ano para Wolfsburg, sede do Grupo Volkswagen" na Alemanha, explica o diretor-geral.
A empresa exporta 99,4% do que produz para os mercados europeu, norte-americano e asiático. Em 2012, as exportações atingiram os 1,5 mil milhões de euros.
Para fazer face às quebras na produção, a empresa tem também vindo a seguir uma política de flexibilização horária e dias de não produção. O ano passado foram cerca de 20 os dias de paralisação total e este ano, até Outubro, a fábrica parou 27 dias. António de Melo Pires não coloca de parte a hipótese de se voltar a utilizar estas ferramentas caso seja necessário.
António de Melo Pires revela que, para o próximo ano, a VW Autoeuropa pretende continuar "com a política de reforçar mercados atuais e procurar novas oportunidades para promover os nossos produtos".
Fonte: Negócios