Líderes globais são aqueles que têm uma mentalidade global ou “global mindset”. Esta mentalidade é o que diferencia um líder eficaz num ambiente doméstico de um líder eficaz num ambiente global.
A “global mindset” revela a capacidade cognitiva de integrar a sensibilidade cultural e a competência estratégica de gestão global (em termos de negócios). Dentro disso, duas capacidades são distinguidas, a inteligência cultural e a orientação para negócios globais.
Pessoas com inteligência cultural têm a capacidade cognitiva de perceber as características de um ambiente cultural novo além de conseguirem mudar os seus comportamentos para aqueles que são necessários neste novo ambiente. Esta inteligência cultural tem três componentes:
Cognitivo: as pessoas cognitivamente inteligentes são capazes de captar sinais/pistas da cultural local. Estas pessoas conseguem através de interações e observações perceber aspetos culturais como a forma na qual as pessoas comunicam, informação sobre a pontualidade, as maneiras de cumprimentar, a formalidade ou informalidade. Estas características ajudam um líder a perceber informações relevantes à cultura local.
- Motivacional: são pessoas motivadas a adaptar/ajustar os seus comportamentos a um novo ambiente cultural. Estas pessoas são abertas, confiantes e consistentemente motivadas para a agir de maneira propícia na cultura local.
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Comportamental: são pessoas que sabem comportar-se ou agir de forma apropriada e conseguem adquirir a confiança das pessoas locais. Elas “misturam-se” com os nativos porque se comportam de uma forma natural em diversos contextos.
Pessoas com orientação para negócios globais têm uma atitude positiva relativamente à internacionalização mas também sabem adaptar os seus negócios a um novo ambiente. Esta orientação é caracterizada por um conhecimento e perceção dos mercados globais além da estrutura e processos para trabalhar num mercado tão volátil. Pessoas com esta orientação tomam decisões baseadas em várias culturas e perspetivas diferentes.
Para adquirir a mentalidade global, tanto as organizações como os líderes tem o seu papel. Os recursos humanos devem saber qual o processo para o desenvolvimento de líderes e os colaboradores também têm que ser motivados para aprenderem e assumirem o risco.
- Culturas;
- Línguas;
- Mercados globais;
- Gestão multicultural;
- Gestão internacional.
3. Formar equipas de trabalho diversificadas com a inclusão de pessoas com várias experiências culturais.
6. Utilizar expatriados de forma estratégica, não só para suprir as necessidades técnicas, mas também as culturais.
8. Ser confiante e não arrogante. Confiar na sua capacidade de observação e no seu intelecto, mas não ser arrogante achando que sabe sempre como agir ou que a sua maneira é a única certa ou a melhor.
Resumindo, adquirir uma mentalidade global é bastante desafiante. Não basta ler, mas sim treinar e aceitar que estamos em constante desenvolvimento. Este desenvolvimento é um exercício que envolve uma enorme flexibilidade cognitiva, corporal e emotiva. Este é um exercício para a vida toda, mas também uma recompensa para a vida inteira. E lembre-se, se fosse fácil, teríamos menos problemas do que temos hoje. Como falamos no Brasil, vai encarar?
Joana Story é professora da Nova School of Business and Economics e professora convidada da Nova Angola Business School. Foi professora assinstente e investigadora da Universidade do Nebraska – Lincoln, onde fez o seu mestrado e doutoramento em liderança.