Oportunidade e confiança em contexto de crise

Oportunidade e confiança em contexto de crise
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 Um Momento de Oportunidade, Não de Fatalismo.

Os fenómenos que marcam o arranque do século XXI - a sociedade em rede, a globalização da economia, os novos equilíbrios multipolar e multicultural, a grande interdependência e mobilidade de cadeias económicas e financeiras - geram transformações, roturas e desafios tremendos na forma de produzir, consumir e viver, e uma crescente competitividade internacional, com todas as consequências positivas e negativas inerentes.

As inevitáveis transformações socioeconómicas podem dar lugar a sentimentos de perda, de crise, de desencanto e de negação. Mas dão lugar também a novas oportunidades. Neste contexto, a crise que atravessamos é também ummomento de grande oportunidade, de tomarmos e implementarmos decisões estruturais importantes para o nosso futuro que noutro contexto seriam mais difíceis de motivar e executar. Haja coragem e líderes capazes.

Temos de reforçar a consciência de que o futuro depende apenas e tão só de nós próprios e que não podemos atribuir culpas a terceiros. Não há espaço para fatalismos nem para queixumes. O futuro das empresas portuguesas depende essencialmente da capacidade de liderança dos seus gestores, não de terceiros. O futuro do país depende fundamentalmente das nossas lideranças coletivas a vários níveis, não de terceiros.

Novos Paradigmas de Liderança

Mas as respostas aos novos desafios não podem ser encontradas nas soluções de ontem, mesmo aquelas que tiveram êxito no passado. O presente e o futuro requerem novas perspetivas, novas soluções, novos líderes. Terá êxito quem melhor conseguir acompanhar e endereçar positivamente as tendências emergentes e os novos paradigmas e desafios do século XXI, que exigem uma liderança mais social nos seus objetivos, mais pragmática nos seus métodos, mais ética na sua base, mais inovadora e transformadora na sua prática.

Nas empresas há menos espaço para o líder celebridade ou sebastiânico e mais espaço para quem saiba atrair e motivar equipas de elevada performance. Há menos espaço para as empresas autossuficientes e egoístas e mais espaço para as que saibam operar em cadeias de valor interdependentes e globais, com grandes e pequenos parceiros. Há menos espaço para líderes políticos que percebam pouco de economia e finanças, para além do natural e importante caldo humano e cultural. Não deve haver espaço para a complacência com a mediocridade, o amiguismo, o maniqueísmo, a doença crónica da crítica compulsiva e do negativismo. Deve haver mais espaço para think tanks independentes nos partidos, para a inovação e a internacionalização nas empresas, para a meritocracia em toda a sociedade, para os empreendedores e novos talentos, para a audácia e a coragem de quem ousa sonhar, inovar e fazer.

Um Momento de Verdade

s líderes premiados pelo Best Leader Awards são um bom exemplo do novo tipo de liderança que precisamos e uma boa razão para confiarmos no nosso futuro coletivo. Mas, acima de tudo, são um estímulo para que cada um de nós se veja bem ao espelho e assuma a sua quota-parte de responsabilidade. Os líderes não colocam responsabilidades em terceiros, assumem responsabilidade por si e pelos seus

O que lhe diz o espelho?


CarlosOliveiraCarlos Oliveira é Presidente do Conselho de Administração e fundador da Leadership Business Consulting. Com mais de 15 anos de trabalho em consultoria de gestão e de Alta Direção, passou anteriormente pelas empresas multinacionais Arthur Andersen e pela DHV Management Consultants. Coordenador da Sociedade da Informação e Governação Eletrónica na UMIC, Presidência de Conselho de Ministros, durante dois anos, onde montou a UMIC, definiu os planos de ação nacionais para a Sociedade da Informação e Governação eletrónica e do Programa Nacional das Compras Eletrónicas. Exerceu em 1991 funções de Deputado à Assembleia da República pelo círculo eleitoral Fora da Europa e Membro das Comissões Parlamentares de Economia, Finanças e Plano Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades Portuguesas.