É possível melhorar as competências de liderança ao fazermos experiências, de pequena escala e controladas, com casos práticos da empresa. Explicamos como.
Os líderes fortes são a chave para o sucesso de qualquer empresa, logo, seria de pensar que os cursos de desenvolvimento de liderança são um investimento de negócio que vale a pena fazer. Mas não é bem assim. O consultor Ron Ashkenas e o professor universitário Robert Hausmann referem, num artigo na Harvard Business Review, as armadilhas da formação tradicional em gestão.
Em 2013, por exemplo, as empresas gastaram, em termos mundiais, 24 biliões de dólares (cerca de 20 mil milhões de euros) em formação de liderança, mais 15% em relação ao ano anterior. A questão é se obtiveram retorno do investimento realizado. Os cursos tradicionais de formação concentram-se muitas vezes em estudos de casos hipotéticos, o que pode fazer com que seja difícil para os participantes aplicarem, em situações reais, os conhecimentos adquiridos e aprenderem com os erros cometidos, referem Ron Ashkenas e Robert Hausmann. Assim, os autores argumentam que o desenvolvimento da liderança deve começar com desafios reais de negócios que levam as pessoas para fora das suas zonas de conforto e as forçam a adaptar a sua abordagem, ajustando-a à situação; e estão a colaborar com equipas de desenvolvimento de liderança em empresas globais para aplicar estes conceitos.
O programa de Ron Ashkenas e de Robert Hausmann coloca os executivos perante desafios específicos enfrentados pelas respetivas empresas, a falarem com as pessoas envolvidas, a desenvolver soluções e a implementar pequenas versões dos mesmos. Trata-se de um “projeto de pequena escala” que “testa uma possível solução com baixo risco, em 100 dias ou menos, e sem a pressão de ter de estar certo”, explicam os autores. Por outras palavras, “o objetivo principal é aprender rapidamente o que funciona ou não”.
Dos 75 participantes na experiência levada a cabo, 80% concluíram os projetos, obtendo resultados e visão de negócios. Os envolvidos consideram que os ambientes em rápida mudança e a formação prática permitiram que aprendessem a ser líderes mais eficazes. Como um dos participantes afirmou no final, “ao fazer a experiência num caso em vez de a implementar em 30 de uma só vez, aliviou a pressão. Podíamos ver os dados, e não havia problema se não estivessem perfeitos. Então ajustávamos a abordagem antes de avançar”.
Se participou ou se encontra num programa de formação de liderança que não requer este tipo de abordagem prática, pode tentar fazê-lo sozinho. Escolha um desafio com o qual tenha de se deparar na sua empresa – como o lançamento de um produto ou garantir a eficácia de um novo procedimento. Pense em como pode conceber uma experiência segura a curto prazo, que utiliza um pouco do que aprendeu ou está a aprender na formação. Por exemplo, introduza o novo produto numa região ou a um cliente “amigo” em primeiro lugar, obtenha feedback, faça modificações se necessário, e depois escale a sua abordagem. Com este procedimento de segurança pode fazer o teste rapidamente e num ambiente controlado no sentido de ter certeza de que funciona como o esperado antes de avançar para um grupo mais amplo. De acordo com os autores, vai surpreender-se com a forma como as lições de liderança se tornam mais verdadeiras num desafio real.
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12-04-2018
Portal da Liderança