Colaboradores felizes fazem organizações mais produtivas e com melhores resultados. E o líder, qualquer que seja a área, é a chave no atingir dos resultados esperados. Desde logo, na condução das equipas que os fazem acontecer.
Gonçalo Cordeiro
Acredito que, para qualquer área de uma organização, a liderança seja chave no atingir dos resultados esperados. Desde logo, na condução das equipas que os fazem acontecer. Praticar uma liderança próxima, assente num feedback claro, contínuo e consistente nos valores, é meio caminho para o conseguir. A outra parte é conseguida pela evolução das próprias equipas, baseada no mérito, reconhecimento, e condições proporcionadas para o atingir. Identifico um líder como um leitor de sinais, capaz de criar consensos nas divergências e ser visto com legitimidade pelos outros, quando é preciso mobilizar para a mudança, ou avançar quando não há toda a certeza, enfrentando riscos. Depois, a sua intuição fará o resto. A intuição e liderança andam de mãos dadas.
Na área específica de supply chain – onde a exigência e complexidade são denominador comum e usualmente a adrenalina do dia a dia – uma liderança muito atenta, segura, que aponta uma direção (sem retirar espaço à criatividade e empreendedorismo) e explica inversões de estratégia é fundamental para manter a coesão e retenção. De facto, quando a supply chain é uma área de suporte, aportando valor acrescentado ao negócio core da empresa, estas noções ganham ainda mais importância. Não devemos trabalhar e ser apenas reféns de key performance indicators (KPI), mas antes ter um mindset de business partner, puxar e valorizar tanto pelos talentos evolutivos como pelos pilares que mantêm o compasso e linha condutora dos processos definidos ao longo do tempo. Gerir adaptando às expectativas de cada um (conhecer os perfis MBTI [psicológicos] ajuda!), lidar corretamente com estruturas matriciais e ter resiliência são outras competências necessárias para adquirir uma liderança naturalmente forte e inspiradora.
Termino com a mesma convicção com que comecei: colaboradores felizes fazem organizações mais produtivas e com melhores resultados. E isto será sempre verdade com independência do perfil da geração (baby boomers, Geração X ou Millennials). Ninguém negará um ambiente saudável, equilibrado, visando a alta motivação de todos.
01-08-2016
Gonçalo Cordeiro, diretor de supply chain na L’Oréal Portugal, é licenciado em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico (Lisboa). Inicialmente passou pela indústria cervejeira, tendo chefiado uma área do processo de fabrico na Central de Cervejas. Cerca de três anos depois, em 2001, ingressa na L'Oréal Portugal. Desde então tem vindo a evoluir na área das operações – supply chain da companhia, onde já conta com uma experiência acumulada de 15 anos. O seu percurso na multinacional começa pela divisão de produtos profissionais, como responsável pelo serviço a clientes e gestão de encomendas. É com estas funções que em 2003 transita para a divisão de produtos grande público. Dois anos depois assume a gestão da logística e operações do então centro de distribuição, em Alverca. Desde setembro de 2010 que exerce a função de diretor de operações da L’Oréal Portugal, sendo que em outubro de 2016 passa a diretor de operações ibérico, ficando responsável pelos mercados de Portugal e Espanha nesta área-chave para o negócio da L’Oréal.