Inês Caldeira, diretora-geral da L'Oréal Portugal, confessa que "abracei todos os processos de restruturação e de atividade corporate que pude" e que em Portugal "as oportunidades de negócio são reais e continuamos a ser um paraíso na Europa". |
Portal da Liderança (PL): Esteve vários anos na L'Oréal no estrangeiro. Volta agora a Portugal. O que partilha com os jovens líderes que estão no estrangeiro e que poderão ponderar o regresso?
Inês Caldeira (IC): Gostava de lhes dizer que Portugal é um país cheio de oportunidades que necessita de todo o conhecimento que adquiriram fora para se modernizar e evoluir.
Durante estes últimos anos, o país deu passos de gigante e proporciona o maior equilíbrio possível entre work life balance. As oportunidades de negócio são reais e continuamos a ser um paraíso na Europa.
PL: Enquanto jovem e mulher na liderança em Portugal, o que lhe permite hoje ocupar este lugar?
IC: Preparei-me muito em todas as experiências que tive. Não só tecnicamente mas de um ponto de vista global de gestão. Abracei todos os processos de restruturação e de atividade corporate que pude, para estar à altura quando chegasse a boa oportunidade. Tentei desenvolver uma visão abrangente cada vez que me era dado um problema para resolver e não deixei nunca de estimular a minha curiosidade. Por outro lado, tomei a decisão de me “sentar à mesa”, de não me autoexcluir e de aceitar todos os desafios que me foram propostos.
PL: Qual a importância que atribui hoje à imagem de um líder? Que dicas partilha sobre o como trabalhá-la?
IC: Um líder tem por definição uma alta exposição. A exemplaridade do seu comportamento, o nível de compromisso e de entrega são indispensáveis para que uma organização adira aos projetos e à agenda por ele definidos.
Sempre fui consciente de que a genuinidade era crucial no desempenho das minhas funções. Um líder tem de gerir a sua imagem no longo prazo e só consegue fazê-lo se verdadeiramente for coerente nas mensagens que envia.
Por outro lado a obsessão excessiva com a imagem pode ser um problema. Acho preferível trabalhar-se o fundo das questões, a visão estratégica e as linhas de ação. O resto virá por consequência, sempre e quando houver consistência como referi.
PL: Qual o estilo de gestão em que se revê e como consegue chegar com ele a todas as gerações que integram a empresa?
IC: Sou por natureza uma pessoa próxima. Alguém capaz de arregaçar as mangas, mas com os olhos postos no futuro. A minha idade faz com que tenha mais anos pela frente do que vida passada. O misto da minha personalidade com a minha idade permite-me chegar aos mais jovens mas também às pessoas com mais experiência. Ambos os grupos são fundamentais para a sustentabilidade da empresa.
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