Jack Welch é o emblemático líder da General Electric (GE), cuja bem-sucedida carreira é conhecida de todos, e a partir da qual poderemos extrair algumas lições essenciais à boa e eficaz liderança.
Stuart Crainer, cofundador da Suntop Media e autor do livro “A Gestão Segundo Jack Welch”, aponta neste, algumas lições de Welch que devem estar sempre presentes na mente do líder:
- Torne a descrição da sua função facilmente compreensível – e a seguir explique-a a toda a gente.
“O meu trabalho é dar às melhores pessoas as melhores oportunidades e a melhor colocação dos dólares no lugar certo" – Jack Welch - Revolucione, não remende.
“Quero uma revolução e quero que ela comece em Crotonville(1).” – Jack Welch - Mude continuamente.
“A produtividade não é torcer um trapo molhado, mas sim a convicção de que existe uma infinita capacidade de melhorar qualquer coisa. (…) Se nunca tivermos outra ideia, é melhor despedirmo-nos.” – Jack Welch - Pense positivamente.
“Quando se está numa empresa de 70 000 milhões de dólares, fazem-se tantas coisas erradas que a quantidade disponível para ser melhorada é literalmente infinita. As nossas melhorias crescem com o tempo, não diminuem.” – Jack Welch - Rodeie-se de qualidade.
“A realidade é que não nos podemos dar ao luxo de fazer entrar em campo senão jogadores de classe A. O que é um jogador da classe A? Ao nível da liderança, classe A é um homem ou uma mulher com uma visão e uma capacidade para articular essa visão á sua equipa de um modo tão intenso e poderoso que a equipa passa a partilhar essa visão. Um líder da classe A tem uma enorme energia pessoal e, para além disso, a capacidade de transmitir energia aos outros e torar o melhor deles, em regra, numa base global. Um líder classe A possui também uma argúcia especial: tem o instinto e a coragem para tomar as decisões cruciais, decididamente, mas com lealdade e absoluta integridade.” – Jack Welch - Aprenda sempre.
“Quando parar de aprender alguma coisa nova e começar a falar sobre o passado contra o futuro, vou-me embora.” – Jack Welch - Mantenha tudo estupidamente simples.
“O nosso sonho para os anos 90 era uma organização sem fronteiras, que deitasse abaixo as paredes que nos separavam uns dos outros no interior e dos nossos destinatários-chave no exterior. A empresa sem fronteiras que almejávamos há-de remover as divisórias entre a engenharia, o fabrico, o marketing, as vendas e o serviço ao consumidor; não reconhecerá qualquer distinção entre operações domésticas ou internacionais, estaremos tão à-vontade a fazer negócio em Budapeste e Seul como na Luisiana ou Schenectady. Uma organização deste tipo ignorará ou apagará os rótulos de grupo como “gestores”, “assalariados” ou “pagos à hora”, o que abrirá o caminho para que as pessoas trabalhem juntas. Uma empresa sem fronteiras terá de abater também os seus muros exteriores, chegando aos fornecedores para torna-los parte de um processo único em que eles e nós juntamos as mãos e os intelectos para um propósito comum – satisfazer os consumidores.” – Jack Welch - Olhe pelo seu pessoal.
“Estamos a apostar tudo nas nossas pessoas, delegando-lhes o poder, proporcionando-lhes recursos e fazendo-as abrir caminho.” – Jack Welch - Tenha um plano de sucessão.
“No final do processo de avaliação, escolhemos quem acreditámos que pudesse ser o melhor líder para a GE e Jeff [Immelt] está a deixar-nos bem vistos.” – Jack Welch - Cometa erros.
“Eu premiei falhanços distribuindo prémios às pessoas quando falharam, porque tinham tentado dar uma abanadelas. Continuem a tentar abanar. Eu leciono em Crotonville um curso de seis horas sobre liderança. Digo sempre: se o chairman pode comprar a Kidder Peabody (2) e arranjar uma trapalhada total, todos podem fazer tudo. O assunto esteve 19 vezes na primeira página do Wall Street Journal. Ora, se o chairman pode fazê-lo e ainda assim sobreviver, todos têm de ser capazes de tentar dar umas abanadelas em todo o lado. Dificilmente se fará pior. Castigar o falhanço implica que ninguém mais se atreverá a coisa alguma.” – Jack Welch
(1) Em Crotonville encontra-se o Instituto de Formação em Gestão criado em 1956 e onde Welch era visita regular e professor, estimando-se que nele tenha dado 250 sessões e falado pessoalmente com 15 000 executivos da empresa. O Instituto de Formação em Gestão tem como missão elevar a competitividade global da GE a um nível de instrumento de mudança da cultura, melhorando a argúcia negocial, as capacidades de liderança e a efetividade organizacional dos profissionais da GE. Noel Tichy, ex-diretor de Crotonville, chamou-lhe “um campo de ensaio para uma revolução empresarial”.
(2) Em 1986, a GE adquiriu 80% da Kidder Peabody por 60 milhões de dólares. A fal~encia da Kidder custou à GE 1200 milhões de dólares.