“Tratou-se de um ano difícil para criar uma empresa, mas Noyce aceitou a mudança e criou uma marca que mudou o mundo”, refere Carmine Gallo, especialista em técnicas de comunicação.
O otimismo é um dos ingredientes dos líderes inspiradores segundo Gallo. “Acredito que é um dos traços essenciais que um líder deve ter.”
5 razões pelas quais os otimistas são melhores líderes:
- Os otimistas criam negócios.
“Um otimista vê uma oportunidade onde outros veem incerteza e desespero. Quando a economia está em baixo como nos dias de hoje, e milhões de pessoas estão desempregadas, o pessimista utiliza esses fatores como desculpa para ficar no mesmo lugar. Já um optimista não aceita que as tendências macroeconómicas lhe criem obstáculos à sua imaginação. Nada os irá impedir de criar negócios que, no fundo, põem as pessoas a trabalhar. Como Winston Churchill uma vez disse, os “otimistas veem oportunidades em qualquer dificuldade”. Nunca irá conseguir criar um negócio com sucesso em tempos de dificuldades económicas se não se livrar dessas emoções negativas do medo, da incerteza e da preocupação.”
- Os otimistas são comunicadores que inspiram outros.
“A inspiração significa “provocar entusiasmo”. Não consegue provocar entusiasmo através de uma ideia se não for um comunicador forte. Não é coincidência que Ronald Reagan, um dos americanos mais otimistas que alguma vez iremos conhecer, foi designado com um “comunicador incrível”. Colin Powell, que trabalhou com Reagan, disse que o otimismo era o segredo por trás do seu carisma. Na verdade, todos os que conheciam Reagan, descrevem-no como um eterno otimista, alguém que acreditava num futuro melhor. Trabalho diretamente com alguns dos melhores comunicadores do mundo e todos são mais otimistas do que uma pessoa normal.”
- Os otimistas juntam as pessoas para um futuro melhor.
Reagan tinha os seus ceticismos, mas os seus discursos faziam com que o melhor das pessoas sobressaísse. Queriam viver num mundo pintado pelas palavras dele. Winston Churchill, outro otimista, também tinha os seus ceticismos. No caso de Churchill, a maioria da população britânica estava cética em entrar em Guerra com a Alemanha Nazi. Churchill, sozinho, conseguiu alterar a opinião do público com uma série de discursos otimistas que pintavam a imagem de que a Grã-Bretanha conseguia reverter a maré nazista que banhava a Europa. Numa questão de semanas, a atitude britânica mudou do apaziguamento para a certeza de que poderiam lutar e ganhar. Os membros do gabinete de Guerra de Churchill referiram que as suas palavras e a sua atitude fizeram com que as pessoas se sentissem mais corajosas na sua presença.
- Os otimistas veem tudo por inteiro.
“Todos nós precisámos de otimistas nas nossas vidas para lutar contra o efeito do recentidade. O efeito de recentidade refere-se às experiências mais recentes, as quais nos iremos lembrar e que assumimos que irão continuar no futuro. É a principal razão pela qual os investidores retiram as suas ações quando mercado está em baixo e colocam o seu dinheiro quando o mercado está em alta. Como qualquer investidor astuto lhe poderá dizer, isso é exatamente o que não se deve fazer quando se quer investir no mercado.
O seguinte exemplo é dado pela Wikipedia na definição do efeito de recentidade. “Se um condutor vir um número igual de carros azuis e vermelhos durante uma longa viagem, mas vir um aglomerado de carros vermelhos no fim da sua viagem, o condutor concluirá que haviam mais carros vermelhos do que azuis durante a mesma.”
Precisamos de líderes que sejam imunes a este efeito de recentidade e que consigam ver tudo por inteiro e lembrarem-se do longo prazo. Nenhuma recessão é tão má como parece no momento Se estiver rodeado de pessimistas, o mais provável é que assuma que nada irá melhorar - nem a economia nem a sua situação pessoal.”
- Os otimistas provocam um esforço super-humano.
No seu livro “It Worked For Me”, Colin Powell refere que os grandes líderes sabem que as coisas irão melhorar porque também eles se tornarão melhores!” Powell diz que o treino militar é a melhor preparação para enfrentar as situações difíceis com uma visão otimista. Foi dito a Powell: “Tenente, pode estar a morrer de fome, mas nunca o deve mostrar. Pode estar a morrer de frio ou exausto de calor, mas nunca deve mostrar que tem frio ou calor. Pode estar cheio de medo, mas nunca deve mostrar esse medo. Você é o líder e as suas tropas refletem as suas emoções.” As pessoas devem acreditar que embora as coisas pareçam más, irão conseguir fazer com que se tornem melhores.
Powell não é um otimista inabalável. O seu otimismo é “temperado” pela lógica: “Talvez consiga ser feito, mas comece sempre por acreditar que pode ser feito, até que existam provas que digam o contrário. Não se rodeie de céticos mas não ignore os céticos que lhe dão sólidas visões opostas.” Bom conselho.
Em “The Rational Optimist”, Matt Ridley descreve como, se olharmos racionalmente para o mundo, não há nenhuma outra conclusão do que acreditar que estamos a viver numa era de prosperidade sem procedentes. Sim, existem alguns lugares que estão bem piores que nós. “Mas a maioria é melhor alimentada, tem melhor abrigo, tem melhor entretenimento, está mais bem protegida contra as doenças e viverá até uma idade mais avançada do que os seus antecessores”.”
Os seus empregados olham para si como uma fonte de inspiração e não se inspiram nos títulos de jornais?
“Hoje em dia, são precisos líderes que inspirem os seus empregados e clientes, dando-lhes a confiança de que no final tudo estará bem”, refere Gallo.
Fonte: Forbes
Carmine Gallo é especialista em técnicas de comunicação, com vasta experiência no coaching de altos executivos de grandes empresas internacionais como IBM e Nokia. É orador sobre liderança e técnicas para apresentações em público em empresas, colunista da revista BusinessWeek, Forbes e autor de vários livros traduzidos para dezenas de idiomas, como “10 Segredos Simples dos Melhores Comunicadores”, “Presentation Secrets Of Steve Jobs” e “The Innovation Secrets of Steve Jobs”, entre outros.