Steve Jobs foi despedido da sua própria empresa, Nelson Mandela esteve preso durante 27 anos e Abraham Lincoln fracassou nos negócios, teve uma crise nervosa e perdeu oito eleições. Como é que se tornaram pessoas bem-sucedidas?
Keld Jensen, Managing Director do MarketWatch Centre for Negotiation, abordou o assunto e considera que estas histórias são incríveis de ouvir, no entanto, se o fracasso for recente e seu, é difícil de acreditar em recuperar, quanto mais ser bem-sucedido.
Da rejeição aos erros no local de trabalho, todos têm uma experiência arrasadora deste tipo. Até os fracassos de mais pequena dimensão podem-nos assombrar e fazer com que os outros questionem as nossas capacidades. Podem destruir a nossa autoconfiança, o que ainda é pior, relembra Jensen.
“No início dos meus anos de carreira no mundo dos negócios, quase que levei a empresa que tinha criado à falência. Fui contra os meus valores e objetivos e quase que perdi tudo, incluindo o apoio daqueles que eram mais importantes para mim. Mas foi nesta situação adversa que descobri as 3 chaves para superar o fracasso”, partilha Jensen.

“Nelson Mandela esteve preso durante 27 anos, antes de ser o primeiro presidente da África de Sul eleito em eleições democráticas. Durante o seu tempo na prisão, Mandela guardava um bocado de papel na sua cela em que tinha um poema de William Ernest Henley, intitulado de “Invictus”, que termina com os famosos verso “Eu sou dono e senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha alma”.
Para sobreviver a estes tempos de adversidade extrema, tem de incorporar estas palavras. Responsabilize-se pelos resultados que criou e estabeleça acordos consigo próprio. São tão importantes como os que faz com os outros.”

“De oito eleições falhadas à Guerra Civil, nenhum presidente Americano sofreu tantas dificuldades como Abraham Lincoln. No entanto, durante a sua presidência manteve-se firme e até foi citado a dizer “Se perder todos os meus amigos no mundo, haverá pelo menos um que não perco. Esse amigo estará em mim.”
Seja sempre leal a si próprio. Aceite as suas fraquezas e limitações, mas tente torná-las em forças. Não consegue controlar as opiniões negativas daqueles que o rodeiam, mas se se aceitar a si próprio, conseguirá ignorá-las.”

Os seres humanos são muitas vezes irracionais, mas deverão acreditar na sua intuição e nos seus instintos. Faça os seus julgamentos baseados em experiências e siga os seus instintos. Cometerá erros e até poderá fracassar, mas sem estas experiências, não poderemos dizer que realmente se viveu.”
Como os grandes líderes superaram o fracasso
Ter as capacidades e os recursos necessários para reconstruir a sua plataforma requer: aceitar a responsabilidade pelos maus resultados e tentar ultrapassá-los; recusar ser dissuadido de algum obstáculo, sendo que daqui a 5 anos este poderá ser nada mais que uma experiência que o fez aprender; proceder sempre com integridade, utilizando o seu coração e a sua mente para o guiar ao longo do caminho, diz Jensen.
Jensen relembra que, “como líderes de organizações corporativas e empresas, sujeitamo-nos todos os dias aos riscos. A adversidade está sempre à espreita e as oportunidades para fracassar estão sempre presentes. Tudo pode acontecer e às vezes não o conseguimos controlar. Mesmo assim, tem que se responsabilizar pelo sucedido.”
“Quando cair na ruína, o que poderá acontecer a qualquer momento, pode sempre contar com o conjunto de competências que levam os líderes ao sucesso”, indica Jensen. A este conjunto de competências Jensen chama de “Competências de Compromisso” (Skills of Engagement™)”:
- Ouvir ativamente
- Pensar criticamente
- Comunicar com transparência
- Responsabilizar-se pelo resultado
- Influenciar os obstrucionistas, os tímidos e os distanciados
- Negociar um resultado favorável
“Lembre-se de que não irá conseguir chegar ao topo sozinho. Montar uma boa equipa e definir uma dinâmica interpessoal baseada nas “Competências de Compromisso” são os primeiros passos a tomar para o seu ressurgimento. Se a isto juntar um pouco de carisma, até poderá gostar dos desafios que lhe surgirem no seu caminho de regresso à glória.”
O grande paradoxo, segundo Jensen, “é que as pessoas que gostam de expor publicamente os seus sucessos, geralmente sofrem os maiores dos fracassos privados. No entanto, estes líderes sabem e estão à espera de que grandes obstáculos surjam no seu caminho. Também sabem que são estes momentos de grande escuridão que lhes irão dar força para voltar a brilhar.”
Assim, Jensen recomenda que “fique sempre de cabeça erguida e lembre-se de que os problemas irão passar eventualmente. Pode não pensar assim nesse momento, mas com responsabilidade, autoaceitação e confiança, conseguirá alavancar as “Competências de Compromisso” e superar os seus maiores fracassos.”
Fonte: Forbes
Keld Jensen é Managing Director do MarketWatch Centre for Negotiation, professor auxiliary da BMI, CBS-SIMI, ex-Presidente do Centre for Negotiation at Copenhagen Business School, orador e consultor. Autor de mais de 20 títulos sobre negociação e comunicação empresarial, escreve regulamente para a Christian Science Monitor, Inside Supply Management, BusinessWeek.com, IndustryWeek.com, e BusinessInsider.com. Tem trabalhado com empresa como a Discovery Channel, Microsoft, Canon, Rolls-Royce, IKEA, vários governos, Unicef, SABMiller e com a PricewaterhouseCoopers. É ainda professor adjunto da Thunderbird University.