Segundo este, a forma como os líderes “reagem à pressão, demonstra a força do seu caráter e as suas convicções, o quê e quem valorizam e se podemos ou não confiar neles.”
No desempenho da liderança é impossível não estar sujeito a pressões. Como nos diz, “não é uma questão de se, enquanto líder, se irá deparar com esta, mas de quando”. Myatt acredita que nos dias que correm existem muitas pessoas que ascenderam a cargos de liderança sem terem sido colocados sob pressão e, “quando o inevitável acontece e a pressão ataca, muitos líderes sentem-se esmagados”.
A pressão pode surgir quando uma situação ou medida vai contra os valores das pessoas, a sua posição, filosofias e mesmo a sua vontade de sobreviver, relembra-nos Myatt, referindo que, quando se aplica “demasiada pressão sobre um líder sem motivação, sem preparação, mal equipado ou incapaz, tal dá origem a pensamentos imprecisos, más decisões e ações erradas.”
Embora cada um lide com a pressão à sua maneira, “a forma como os líderes gerem a pressão é frequentemente o fator diferenciador entre levar uma organização ao sucesso ou contribuir para o seu fim”, diz Myatt.
Mike Myatt refere que, segundo a sua experiência, “os bons líderes colocam níveis tão elevados de pressão sob si mesmos, que a proveniente de fatores externos torna-se trivial, quando comparadas.”
“Coloco-me constantemente sob pressão de modo a tornar-me um melhor líder e uma melhor pessoa – isto orienta os meus esforços e providencia uma fonte intrínseca de motivação muito para além de uma fonte externa de pressão a que outros me possam expor”, partilha Myatt.
6 coisas que os líderes inteligentes fazem e que tornam a pressão num trunfo:
1. Conheça-se
Os líderes têm de se conhecer, os seus pontos fortes e fracos, no que se comprometerão e no que não. Quando um líder se sente bem na sua própria pele, não teme opiniões contrárias e diferentes pontos de vista, mas encoraja-os. Saber quem é liberta-o, para se tornar um melhor pensador e um melhor líder.
2. Lidere
O trabalho de um líder é o de adquirir e desenvolver talentos. Quanto maior for a organização a liderar, maior será a dependência entre o seu desempenho e o talento da sua equipa. Quanto melhor for o talento e a forma como este é gerido, menor será a pressão que irá sentir. A chave para a capacidade, o rendimento e a rotina não será encontrada ao ser o líder a fazer, mas sim ao desenvolver os outros para o fazerem. Os líderes que sentem menor pressão, são aqueles que passam a maior parte do seu tempo a adquirir ou a desenvolver talentos. Por outro lado, os líderes que sentem maior pressão, são aqueles pensam que tudo deve ser feito por eles mesmos.
3. Simplifique
Complicar cria pressão. Os melhores líderes são aqueles que tendem a simplificar tudo o que podem. A simplicidade raramente equivale a falta de sofisticação. Na verdade, demonstra uma elegância notável. A simplicidade leva ao entendimento, que por sua vez leva à certeza na execução. Uma máxima com a qual pode sempre contar é que o desempenho alivia a pressão.
4. Alinhe-se
Grandes líderes esforçam-se ao máximo para ter uma visão, uma equipa e uma ordem de trabalhos. As organizações que têm um propósito comum, valores comuns e interesses alinhados são mais produtivas do que aquelas que não têm. O alinhamento de valores e de visão retira a complexidade da tomada de decisão, bem como toda a ambiguidade do processo de definição de prioridades. Os líderes que têm um alinhamento organizacional sentem menos pressão do que aqueles que não o têm.
5. Esteja focado
Os líderes focados raramente sentem pressão externa. Já os líderes não focados sentem pressão vinda de todos os lados. Estar focado dá aos líderes uma clareza de pensamento, a qual não seria possível com uma mente confusa. Não é possível liderar uma organização em direção a um futuro melhor, quando não se consegue pensar com clareza. Uma organização sentirá maior pressão ou estará em maior perigo se o líder perder o foco.
6. Crie Espaços em Branco no seu Calendário
A melhor maneira de manter o foco é ter a certeza de que cria espaços em branco todos os dias. Qualquer elástico que seja esticado em demasia, acabará por partir, não havendo excepções a esta regra. Líderes que não criam tempo de qualidade para pensar ou planear, acabam por tomar atalhos desnecessários e correr riscos. Nestes casos, a pressão é tanta que acabam por tomar decisões erradas, as quais poderiam ser evitadas, caso houvesse espaços sem compromissos agendados.
Fonte: Forbes
Mike Myatt é consultor de gestão dos líderes da Fortune 500 CEOs, autor de várias obras, entre elas o "Leadership Matters...The CEO Survival Manual". Anterioremente foi líder n
um banco de investimento e diretor numa firma de advogados. Escreve habitualmente sobre liderança e inovação em várias publicações de renome internacional.