A inovação é uma ferramenta crucial para os líderes que procuram novas estratégias rumo ao sucesso, sobretudo na internet. Do CaixaBank ao New York Times, são várias as experiências que apostaram numa mudança significativa.
Os líderes estão constantemente à procura de novas ferramentas que ajudem os seus negócios a sobressair no meio de todos os outros, e muitos veem a inovação como condição essencial para o conseguir. Sobretudo no que diz respeito ao online. Um bom exemplo é o catalão CaixaBank, em destaque num artigo da revista Forbes, onde é referido que “o principal banco de Espanha, um dos primeiros a adotar a fintech” [termo que se refere à criação de produtos inovadores aliando finanças e tecnologia], usa o meio digital para inovar a iteração “dos 32 mil funcionários com os seus clientes, e assim manter a vantagem competitiva face outras ofertas tecnológicas”. Ao utilizar o que os líderes do CaixaBank apelidam de “estratégia de transformação”, a entidade financeira tem vindo a encontrar soluções inovadoras para fazer algo que muitos não têm conseguido alcançar – combinar tecnologia com as suas principais ofertas para criar relações mais significativas com os clientes.
Arvind Malhotra, professor de Estratégia e Empreendedorismo no programa de MBA online da americana UNC Kenan-Flagler Business School, afirma que a inovação é necessária para nos mantermos a par da cada vez maior concorrência. Num estudo recente o docente refere que a “inovação permite que uma empresa ganhe vantagem competitiva significativa, gerando assim lucro fora do normal e valor para os stakeholders a longo prazo”. A pesquisa contou com o input de dez dos maiores líderes empresariais dos EUA e a sua perspetiva sobre inovação. Neste âmbito, apresentamos cinco técnicas essenciais apontadas por estes líderes como cruciais para tornar a inovação parte das estratégias empresariais de transformação, assim como exemplos de empresas que as estão a empregar.
1.ª Apostar na criatividade para obter novos resultados
Os líderes inovadores apostam na criatividade ao apoiarem a liberdade de pensar diferente. Com esta abordagem, otimizam a ampla gama de competências e conhecimento das várias gerações nas suas empresas.
O americano MIT Media Lab é uma organização pioneira que tirou partido da criatividade para produzir novos resultados. Num artigo sobre as três décadas de existência do laboratório, a revista Computerworld destaca a chave do sucesso: a criação de um ambiente de polinização cruzada para “misturar tecnologia com a arte das diferentes disciplinas”. Andrew Lippman, investigador sénior e associate director, caracteriza-a como “uma fermentação borbulhante de diferenciação”. E é com esta abordagem e enfoque únicos que o MIT Media Lab alcança avanços tecnológicos.
2.ª Criar sinergias através da colaboração
Ao perceberem que a colaboração é crucial para atingir os resultados pretendidos, os líderes inovadores criam um ambiente em que trabalhar em conjunto e partilhar ideias não só é apoiado como esperado. Uma componente-chave da colaboração é a facilidade com que esta pode ser alcançada, daí ser fundamental integrá-la na dinâmica de trabalho.
De acordo com a Forbes, a empresa de telecomunicações Telus, com sede no Canadá, é um bom exemplo de integração da colaboração. A companhia tem a sua tecnologia acessível a todos os funcionários, e realiza o que chama de “caça ao tesouro de colaboração” para as novas contratações.
3.ª Romper o status quo
Predispostos a questionar tudo, os líderes inovadores lidam com os paradigmas falhados ao avaliarem a realidade e descartarem o que não está a servir as necessidades do negócio. Esta disrupção intencional dá-lhes – e às suas equipas – a liberdade de se desviarem do status quo e ir além do confortável para criar algo novo.
No jornalismo, o concorrido espaço dos media digitais tem criado a necessidade de as publicações encontrarem novas formas de se diferenciarem – romper com o status quo é certamente uma delas. Um exemplo perfeito é o mergulho que o The New York Times (NYT) deu no mundo da realidade virtual com a NYT VR (virtual reality). Quando este serviço foi lançado, os assinantes do jornal puderam assistir, através dos óculos de realidade virtual Google Cardboard, ao primeiro filme de realidade virtual do Times, “The Displaced” (sobre a crise global dos refugiados). Neste caso, o que faz uma organização tradicional de media no espaço favorito dos gamers? Com o número de utilizadores ativos de realidade virtual cada vez maior, o NYT fez uso desta tecnologia para se ligar aos seus “leitores” de uma maneira nova e excitante.
4.ª Permanecer firme perante os céticos
Por saberem que os pessimistas são uma realidade sempre presente nas organizações, os líderes inovadores são capazes de se manter firmes perante os céticos. Por terem uma noção clara do que os motiva, e um arsenal de factos à sua disposição, estão dispostos e capacitados para avançar em nome do progresso, apesar da falta de apoio a nível interno.
De acordo com Jeff DeGraff, autor de “Making Stone Soup: How to Jumpstart Innovation Teams”, alguns dos céticos mais empedernidos acabam muitas vezes por ser os defensores mais ávidos. “As pessoas que mais lutam contra a sua inovação são as melhor preparadas para a aceitar mais à frente. O problema é que deixamos os céticos numa posição reativa, em que eles avaliam o que está errado na nossa ideia sem apresentarem uma alternativa”, refere o autor. “Isso é porque eles não têm qualquer interesse no nosso projeto. Precisamos de trazer os nossos adversários para dentro do processo de pensamento, torná-los cocriadores daquilo que eles consideram que não acreditam”. Jeff DeGraff recomenda três estratégias específicas para o fazer:
- Conversar. Comunique de forma clara, direta e pessoal para aumentar a compreensão da sua ideia.
- Gerar. Peça aos céticos que contribuam para a resolução de problemas, e dê-lhes crédito pelas suas ideias, mesmo que elas tenham partido de si.
- Compensar. Perceba o que precisam os dissidentes e "doure a pílula", certificando-se de que eles a obtêm.
5.ª Fornecer mudança significativa
Este é o “porquê” que impulsiona tudo o resto. Os líderes inovadores sabem que há mais para lá do brilho – que tudo se resume à mudança significativa que ocorre quando as suas criações são colocadas em prática. O CaixaBank é um bom exemplo, e a sua abordagem é validada por um relatório da Accenture Interactive e da Forrester Consulting – no survey global online realizado junto de 396 organizações, os analistas descobriram que há novas regras no relacionamento com o cliente, e fazem as seguintes recomendações aos líderes na transformação digital:
- Advogue a transformação digital e a experiência do cliente junto da chefia de topo.
- Execute a mudança tendo em conta a visão final.
- Esteja disposto a correr riscos e a aprender com os erros.
- Encontre parceiros cujas capacidades complementam a sua.
Resumindo: os líderes, à medida que procuram novas estratégias para alcançar o sucesso, contam cada vez mais com a inovação. Por isso é importante que percebam como a fazer funcionar, a fim de criarem uma mudança significativa que conduza a resultados duradouros.
06-11-2018
Fonte: Business.com
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