Se aspira a um dia tomar as rédeas de uma empresa, ajuda saber se tem o que é preciso para se tornar num líder. Um estudo recente aponta o caminho.
Há quatro características-chave que permitem aferir se um profissional é um potencial CEO, de acordo com um estudo conduzido por Steven N. Kaplan, da Booth School of Business da Universidade de Chicago, e de Morten Sorensen, da Business School de Copenhaga. As características são: capacidade geral, competências de execução, carisma e competências estratégicas.
As conclusões baseiam-se numa análise a 2.600 entrevistas com candidatos a cargos de executivos de topo (como CEO, CFO e COO). Durante entrevistas de quatro horas com uma empresa especializada, os candidatos foram avaliados em 30 características (como integridade, criatividade ou persistência). Os investigadores resumiram estes 30 traços nos quatro grupos de características mencionadas acima.
Steven Kaplan explica, numa entrevista à Business Insider, que a capacidade geral se refere ao talento global, ou a pontuação obtida nos 30 traços. As competências de execução têm a ver com a capacidade de fazer as coisas – ser eficiente, proativo e persistente. O carisma está relacionado com ser persuasivo e entusiasta. As competências estratégicas prendem-se com a criatividade e em pensar/visualizar o grande plano/ter uma perspetiva abrangente.
Conclusão? Os candidatos a CEO têm pontuação alta nas quatro características. Já os aspirantes a CFO tendem a obter pontuação baixa nas quatro características; enquanto os candidatos a COO se situam no meio. Uma análise adicional descobriu que os candidatos a outros cargos executivos (além de CEO) com pontuação alta nas quatro características têm maior probabilidade de ser contratados para CEO mais tarde na vida, talvez no espaço de cinco a dez anos.
Um dado especialmente interessante é os candidatos a CEO terem, por norma, uma classificação baixa nas competências interpessoais, que envolvem comportamentos como ser um bom ouvinte ou tratar as pessoas com respeito. Por outras palavras, os líderes que têm a capacidade de conseguir que as coisas sejam feitas não são necessariamente as pessoas mais agradáveis…
Um estudo anterior em que Steven Kaplan e Morten Sorensen participaram sugere que as competências de execução estão relacionadas com o sucesso de um CEO. Kaplan cita Steve Jobs como um exemplo de alguém que provavelmente tinha um elevado desempenho em termos de execução mas baixo em competências interpessoais – liderou a Apple até um patamar de grandeza, mas era conhecido por vociferar e criticar os funcionários.
No entanto o estudo constatou que os entrevistadores tendem a sobrevalorizar as capacidades interpessoais na altura de recomendar contratações; pelo que os candidatos para todas as funções que acabam por ser contratados têm melhores resultados que a média em termos de competências interpessoais.
Para os executivos que esperam vir a ocupar a cadeira de CEO, é útil saber quais as características que devem trabalhar e desenvolver. Isto é, quando estiver numa entrevista para o cargo pode ser boa ideia exibir a sua capacidade de relacionamento com terceiros.
Em relação a quem tem de tomar decisões de contratação, a lição a reter é a de que convém ter a certeza de que não se deixa encantar com candidatos de “falinhas mansas” que não têm necessariamente capacidades de execução. “Não contrate um idiota”, adverte Steven Kaplan, “certifique-se que a pessoa que contratar tem um historial de levar os projetos adiante/consegue fazer as coisas”.
Entretanto pode ver se se inclina mais para líder ou gestor neste survey.
31-07-2018
Portal da Liderança