Confiança no trabalho

Confiança no trabalho
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A palavra “confiança” raramente surge listada nos sites de empresas, mas é uma componente crítica para um negócio bem-sucedido.

Melinda Lewis

No dicionário americano Merriam-Webster.com a confiança é definida como a “convicção no caráter, capacidade, força ou verdade de alguém ou algo”. E não é segredo que a convicção neste caso corresponde à capacidade de produzir resultados, e tem muitos valores, como a receita. 

Mais: quer faça parte de uma start-up ou de uma empresa de maior dimensão, a confiança no local de trabalho é algo que pode ser encorajado ou não, dependendo da cultura da companhia. A Harvard Business Review publicou recentemente o artigo “The Neuroscience of Trust”, de Paul J. Zak, em que este refere como as organizações com elevado nível de confiança retêm empregados mais produtivos que as organizações onde a confiança é baixa. O autor também descreve oito comportamentos de gestão que promovem a confiança.

Mas como podemos promover a confiança se não conseguimos reconhecê-la, compreendê-la ou demonstrá-la? Seguem-se as três formas como penso em confiança quando trabalho com start-ups: 

1.ª “Nenhum homem é uma ilha”, John Donne
O reconhecimento de confiança é mostrado por esta famosa citação que resume não apenas uma filosofia de vida mas também como todos os trabalhadores participam na cultura no local de trabalho. Confiar em nós próprios é o primeiro passo para reconhecer confiança no mundo exterior. 

2.ª “As organizações já não se constroem com base na força, mas na confiança”, Peter Drucker
Compreender o significado de confiança, depois de reconhecer a necessidade de confiança, é um processo individual e coletivo. Como a confiança também é descrita como uma emoção, há a oportunidade de a construir assente na inteligência emocional. Numa nota pessoal, surpreendo-me sempre com o facto de não haverem mais empresas a listar ou falar na confiança como um dos seus valores core/fundamentais. Se não estamos conscientes da necessidade de confiança e do que é, esta não se desenvolverá por si só.  

3.ª “Contrate adultos, espere resultados”, Leland R. Beaumont
Ao demonstrar confiança, os gestores incentivam a que haja mais confiança. Muitos de nós já tiveram um micro-gestor que enviava repetidamente e-mails e mensagens a verificar se fizemos o nosso trabalho ou, pior, a dizer-nos como fazer o nosso trabalho. Este tipo de comportamento passa uma mensagem clara de desconfiança e, além disso, resulta num desempenho fraco e numa baixa satisfação no trabalho. Esperar o melhor é um exercício de confiança na equipa, e confiar nas suas capacidades e talento pelos quais foram contratados. 

Concentrar-se nos aspetos da confiança de forma significativa é o primeiro passo para construir uma cultura que a promove. Sem reconhecer, entender e demonstrar confiança em palavras e ações, uma organização altamente eficaz não existirá.

04-01-2018


Portal da Liderança


Melinda Lewis Small

Melinda Lewis é uma profissional e instrutora de marketing digital sediada na Baía de São Francisco, nos EUA. Formada na School of Foreign Service da Universidade de Georgetown, em Washington, D.C., trabalhou no México, em Espanha e na França. Em 2016 foi considerada uma das consultoras de marketing Best ProFinder do LinkedIn (a plataforma ProFinder faz a ligação entre os consumidores e pequenas empresas a serviços de profissionais freelancers). Melinda dá ainda aulas de marketing, tendo lecionado Negócios Internacionais e Comunicações Interculturais em Paris num curso de verão entre 2013 e 2016.
Melinda Lewis trabalhou como consultora na Leadership Business Consulting em São Francisco, no desenvolvimento de novos negócios para start-ups portuguesas e dando apoio num programa de inovação em Silicon Valley.
Autora e ávida viajante, gosta de escrever sobre o futuro do trabalho, a sociedade e as nuances culturais.