4 Atitudes que comprovam que é realmente um péssimo líder e que está a seguir pelo caminho errado

4 Atitudes que comprovam que é realmente um péssimo líder e que está a seguir pelo caminho errado
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Não cumpre com as suas promessas? Nunca assume as suas responsabilidades? Os seus colaboradores só o procuram quando não têm outra hipótese? Estes poderiam ser alguns dos sintomas de que realmente é incapaz de liderar a sua equipa.

Se escolheu ler este artigo e tem a seu cargo a liderança de pessoas e do negócio, à partida este não será o seu caso, uma vez que ao escolher lê-lo já está a revelar uma predisposição à autoavaliação relativamente à sua prática e abertura à melhoria.

Os maus líderes são muitas vezes aqueles que se veem como os melhores e os mais competentes, mas que falham redondamente para com a sua equipa e, muitas vezes, mesmo para com os seus clientes.

A liderança é muito mais do que dizer simplesmente às pessoas o que estas deverão fazer. A liderança remete-nos para o investimento que fazemos nos outros e nas responsabilidades que aceitamos ao ser a voz e o farol em que os outros confiam. Todos os grandes líderes sabem que o seu papel traz consigo a responsabilidade de fazer com que os outros os sigam, devendo assegurar-se de que lhes acrescentam valor em retribuição da lealdade que estes têm para com eles.

“A liderança autêntica assenta na integridade, na transparência, na confiança e na capacidade do próprio líder em compreender as suas forças e as suas fraquezas, e de respeitar as dos outros”, como referiu Arménio Rego, reconhecido especialista internacional na área da gestão e da liderança.

Alguns empresários/gestores – seja por hábito ou por natureza – são péssimos líderes.

Reconhecer as suas falhas de liderança é uma capacidade essencial que deverá ter para que consiga alcançar a grandeza.

Seguem-se quatro atitudes que comprovam que quem as pratica é realmente um péssimo líder e que não as deveria ter no exercício das suas funções, segundo Lewis Howes:

1. Faz promessas vãs
“Os maus líderes motivam aqueles que os seguem com falsas promessas de promoções, êxitos e de grandes proveitos financeiros. Mas estes raramente se concretizam. Os líderes que têm este comportamento poderão ser muito manipuladores e usam frequentemente os objetivos e aspirações dos seus seguidores como âncoras para os forçar a trabalhar mais.

Enquanto líder de uma empresa, deverá ter atenção às consequências que este tipo de atitude tem na sua equipa. Caso se comprometa com algo mas não o cumpra poderá estar a transmitir uma mensagem muito negativa aos seus colaboradores, que se estão a esforçar por alcançar melhores resultados.”

2. Falha no dar continuidade
“Os maus líderes tendem a não compreender que os seus seguidores estão a contar com eles no que estes não podem fazer por eles mesmos. Os líderes podem esquecer-se de dar seguimento a esses temas caso não tenham suficiente importância para eles. Podem mesmo passar-se meses sem que ocorra qualquer mudança.

Dar continuidade é uma parte fundamental da liderança e que lhe permite ganhar a confiança dos seus seguidores. Quando faz uma promessa não só está a dar a sua palavra, como também a sua integridade. Assim procure responder a um colaborador com um “sim, está tratado” ou com um “não mas prometo que vou resolver isso” e fazê-lo.”

3. Teme o confronto
“Os maus líderes evitam habitualmente a confrontação, especialmente quando envolvem questões que se prendem com o desempenho. Habitualmente isso deve-se ou a uma falta de conhecimento do assunto que está em cima da mesa ou a uma necessidade de estar intencionalmente cego à verdade, optando por atuar como se a situação em causa não existisse em vez de lhe fazer frente.

Embora os líderes empresariais desejem obter resultados, poderão dar origem a perdas em virtude de não saberem concentrar-se nas pessoas que trabalham para eles. Habitualmente concentram-se em contornar os problemas e evitar as conversas difíceis, delegando noutros a responsabilidade por elas.

Em vez de se dedicar a evitar o confronto, foque-se em delinear exatamente o que espera de cada parceria e negócio em que se envolva. Dessa forma, quando houver uma discrepância poderá detetá-la e resolver o problema.”

4. Não se responsabiliza
“Ninguém gosta de arcar com a responsabilidade quando as coisas não correm bem, em especial os maus líderes. Estes justificam-se sempre e atribuem as responsabilidades a outros e não a eles mesmos. Os maus líderes não se autoavaliam tendo em vista melhorarem o seu desempenho.

Uma vez que o confronto os assusta, os maus líderes também são recorrentes em atribuir as culpas a outros. Em resultado disso, acabam por empurrar a culpa de um para outro colaborador em virtude do medo que sentem de um potencial confronto.

Uma forma simples de se responsabilizar é eliminando a palavra “desculpa” do seu vocabulário. Quando reconhece uma falha que cometeu, faça-o de modo a mostrar que tem consciência de que não cumpriu com a sua palavra e de que se compromete a mudar e a continuar a avançar.”

Lewis Howes refere que “ao reconhecer que a sua palavra é o seu ativo mais importante, o “desculpa” passa a ser apenas uma saída fácil”.

Os grandes líderes assumem a responsabilidade pelo que dizem e fazem e tomam a dianteira quando a sua equipa falha, cedendo o destaque à equipa. Quando, pelo contrário, esta fez um bom trabalho, louvam-na e celebrando com ela os feitos e conquistas alcançadas.

É um péssimo líder ou está no caminho certo?

Leva a equipa consigo ou, pelo contrário, esta só o quer ver pelas costas?

É uma pessoa de palavra, credível e digna de confiança aos olhos da sua equipa, parceiros e clientes, ou acaba sempre por se desculpar e voltar atrás no que prometeu e acordou?

Enfrenta sem adiar aquela conversa/negociação difícil, ou arranja desculpas para as delegar nos outros?

Se depois de refletir com sinceridade, se revê em alguns dos comportamentos negativos apontados, está na hora de dar o passo seguinte e se desenvolver. Faça um programa de liderança, procure ajuda de um coach, de um mentor, mas atue pelo seu bem e pelo dos que colaboram consigo. Garanto-lhe que, à medida que desenvolver as suas competências de liderança, irá ver o reflexo imediato nos que o rodeiam.

Nunca é tarde para se tornar um líder inspirador, para conseguir alcançar os seus objetivos com e através das pessoas e para se sentir mais feliz e realizado consigo mesmo.


fatinha-portal-artigo1Fátima Rodrigues foi gestora do Portal da Liderança e editora de conteúdos da Leadership Business Consulting, tendo sido coordenadora editorial da área de business do grupo Almedina e lecionado na Congrégation Saint-Joseph de Cluny. Esteve ligada vários anos ao Conselho da Europa, onde exerceu funções de formadora do GERFEC em relações interculturais e interreligiosas em contexto corporativo e social.