Como lidar com 4 grandes mudanças no trabalho

Como lidar com 4 grandes mudanças no trabalho
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E que vão desde ter, finalmente, conseguido aquela promoção, a passar a trabalhar com um novo chefe.

Quando se trata da nossa carreira (ou da vida, na verdade), muito poucas coisas são certas. Mas há algo com que podemos contar com toda a certeza: vamos continuar a deparar com mudanças ao longo da nossa vida profissional (grandes ou pequenas, positivas e negativas, voluntárias e involuntárias).

Quando passamos por estas mudanças temos duas opções. Podemos resistir de forma ativa, ou podemos aceitá-las e descobrir o que podemos aprender e como tirar proveito de cada situação. Na maioria dos casos, a segunda opção é geralmente a mais inteligente. Afinal, num mundo que está a tornar-se cada vez mais complexo, mudar a nossa mentalidade é a única maneira não apenas de lidar com, mas também de tornar a jornada mais divertida e bem-sucedida. Neste sentido, apresentamos quatro das mudanças mais comuns no local de trabalho, e como lidar com as mesmas de forma a continuar a prosperar. 

Ser promovido
Parabéns! Depois da entrega consecutiva de projetos em que se excedeu, e após ter ultrapassado todos os objetivos que estabeleceu para si com o seu superior hierárquico, a empresa recompensou-o finalmente com um novo título/cargo e um aumento salarial. Está empolgado, mas também um pouco confuso. O que fazer agora?

Primeiro, comece por perceber o que é que não vai mais fazer. Assumindo que a promoção representa mais responsabilidades, provavelmente vai precisar de aprender a dominar as novas tarefas, e não conseguirá executá-las com eficiência se tiver de as somar ao que já fazia na antiga função. Isto requer confiar nas outras pessoas, o que pode ser difícil se tiver tendência para querer controlar tudo. A questão é que, quanto mais subimos na pirâmide corporativa mais teremos de depender dos outros. Então, comece a aprender a deixar de lado a tendência de microgerir e confie que não é o único que sabe como fazer tudo.

Pode ser contraintuitivo dar prioridade ao bem-estar pessoal, como dormir e fazer exercício. Mas, quando é necessário ter um desempenho de alto nível, é preciso ser mais rigoroso e tornar este tipo de aspetos uma prioridade – afinal, têm grande impacto na nossa produtividade. Isto não é algo em que possa transigir quando lhe for exigido que tenha um desempenho de elevado nível. 

Reestruturação interna
Muito poucas coisas deixam os funcionários tão ansiosos como a reorganização da empresa. Independentemente de sobreviver ou não à reestruturação, o mais certo é irem enfrentar grandes mudanças. O primeiro passo, seja qual for o resultado, é reconhecer aquilo por que passou. Se sobreviveu à reorganização e tem a “culpa do sobrevivente”, dê a si mesmo permissão para a sentir. E depois, lentamente, reconstrua a sua confiança, avaliando que tipo de oportunidades pode aproveitar para crescer e se há lacunas nas suas competências que possa colmatar. E não tenha receio de entrar em contacto com os colegas que deixaram a organização – afinal, eles são uma parte crucial da sua rede profissional.

Se a reorganização resultar na sua dispensa, assim que tenha tido tempo para processar a notícia comece a informar os seus contactos/rede. Muitos profissionais, quando são demitidos das suas funções, querem abafar o que aconteceu, que ninguém saiba; mas há que ser franco sobre o facto de estar de volta ao mercado de trabalho. E há quem reconheça que, depois de dar a conhecer no seu círculo que estava à procura, foi a entrevistas que de outra forma nunca teria tido oportunidade de ir.

Ter um novo chefe
A sua felicidade e o sucesso no seu trabalho têm muito a ver com o relacionamento que tem com o seu superior hierárquico. Pode ter passado muito tempo a construir a relação, mas as pessoas seguem em frente e, um dia, o seu chefe sai da empresa. E dá-se o caso de ter de passar a reportar a uma pessoa nova, e quer estabelecer uma relação de confiança e de respeito o quanto antes. Mas como o fazer sem parecer que está a gabar-se? O primeiro passo que deve dar é conseguir ter um tempo de “networking” com o novo chefe – quer seja a beber um café, ou ao agendar um tempo para debater temas específicos. Desta forma pode ficar a par dos seus objetivos, forma de trabalhar ou de quaisquer novas ideias que possa ter, e em seguida trabalhar para corrigir ou redirecionar as suas prioridades. Seja proativo no que diz respeito a identificar onde a nova chefia possa precisar de ajuda – esta é uma maneira fácil de obter rápidas vitórias que ajudam a brilhar, além de que também gera boa vontade de forma rápida. 

Alterações na cultura e nos processos
Por vezes a empresa em que se encontra não se parece nada com aquela para onde entrou dois anos antes. Isto é sobretudo comum em start-ups, que tendem a arrancar sem estruturas fixas ou sistemas estabelecidos. À medida que a empresa ganha dimensão estes aspetos tornam-se necessários, o que pode mudar a cultura existente.

O primeiro passo é reconhecer que ter uma estrutura implantada não é necessariamente mau, e simplesmente aceitar o facto de que surge associada ao crescimento. Se considera que há algumas coisas que a empresa costumava ter e que gostaria de restabelecer – há maneiras de o fazer sem precisar da aprovação de superiores. Como referiu o diretor da consultora americana em estratégia e design SYPartners, Joshua-Michéle Ross, à Fast Company, é possível efetuar grandes transformações com pequenos passos. Para o responsável, uma das maneiras de o fazer é criar “rituais que resolvam um problema”. A empresa de alojamento local Airbnb, por exemplo, à medida que foi ganhando dimensão, deparou-se com demasiadas reuniões internas. Qual foi a solução encontrada? As reuniões passaram a ser filmadas e editadas num formato curto e “digerível” – tal resolveu a questão e livrou a organização de burocracia desnecessária.

O nosso cérebro pode ser avesso a mudanças, mas com o tempo, e ao modificarmos a nossa perspetiva, podemos aprender a aceitá-las. E se se treinar para se sentir à vontade com a incerteza, pode passar a ver as oportunidades apenas como resultado dessas mudanças (algo que, de outra forma, talvez não acontecesse). 

05-09-2018


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