Procura um mentor? Já olhou para o colega do lado?

Procura um mentor? Já olhou para o colega do lado?
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Apesar de não ser prática comum no mundo empresarial lusófono, ter um mentor é algo de valioso. Ter alguém disposto a ajudar-nos a ter sucesso na carreira e a orientar-nos pode fazer a diferença entre ficarmos presos no nível de entrada e subir na hierarquia.

Quando pensamos num mentor muitas vezes olhamos para as pessoas que são líderes no setor. Segue-se a pessoa no LinkedIn, por exemplo, e espera-se encontrar uma forma de entrar na vida desse líder.

Mas Maureen Hoersten, chief revenue officer da empresa americana de recrutamento LaSalle Network, com sede em Chicago, tem uma ideia completamente diferente: em vez de olhar para cima, olhe para o lado, para os colegas de trabalho. Ela explica que o mentoring com base num colega é uma abordagem criativa ao crescimento profissional e tem vantagens diferentes. O feedback é específico e direcionado para a empresa onde está, e será mais eficaz porque o mentor entende a liderança ou dinâmica de gestão, bem como as melhores práticas para trabalhar com a mesma. Além de que esse colega vê em primeira mão como funciona o empregador e os hábitos diários, fornecendo feedback em áreas que não foram planeadas para serem debatidas. E o feedback pode ser imediato quando a pessoa está no mesmo escritório.

É uma ideia radical. Em vez de procurar alguém de outra companhia que não lhe pode dar uma visão específica da sua empresa ou com quem tem de agendar um café com meses de antecedência, pode sempre consultar o seu mentor ali ao lado, no corredor. O seu mentor está nas mesmas reuniões e surge nos mesmos e-mails.

Como escolher?
Claro que é uma decisão de duas vias. Não pode simplesmente anunciar “Agora o João é o meu mentor!”. Mas pode procurar. Hoersten adverte que a sua primeira escolha pode não ser aquela pessoa com quem gosta de estar.
Não procure um amigo na empresa para seu mentor. Quem se escolhe como amigo e quem se quer para mentor pode não ser a mesma pessoa. É importante olhar para colegas diferentes, que não pensam da mesma maneira – só irá ajudar a ter conversas mais criativas sobre como resolver um problema ou lidar com uma situação. Em qualquer caso, a orientação por parte de um colega pode criar uma relação duradoura que pode ir muito além dos benefícios imediatos e perdurar no tempo.
As pessoas que não pensam da mesma forma podem por vezes causar um pouco de conflito, mas tal é inestimável para o seu sucesso. Um colega com ideias diferentes pode ajudar a ver aspetos aos quais não chegaria sozinho.

Apostar na orientação formal
Pode ser tentador deixar o relacionamento com esse colega evoluir para apenas uma coisa de colega de trabalho – não vai querer que tal aconteça. Hoersten diz que é crucial fazer reuniões eficazes, o que inclui tirar notas e fazer planos para as próximas etapas. Quando pedir a um colega para ser seu mentor aponte o que deseja atingir. Se disser: “Pode ser o meu mentor? Ouvi dizer que é importante”, e nada mais, não vai causar grande impressão.

Não desista da ideia de ter um mentor se tal não for a prática na sua empresa ou se não funcionar com o colega de trabalho que pensou ser o mais útil. Se a pessoa que convidou não quiser ser seu mentor não significa que há algo de errado consigo – algumas pessoas simplesmente não gostam deste tipo de coisas. Um conselho final: “entretanto, procure colegas com boa reputação e potencial reconhecido, e passe o máximo de tempo com eles que conseguir.” É uma ótima opção enquanto procura o próximo mentor. 

01-09-2015

Fonte: Inc.com