Cristina Fontes, Ministra-adjunta e da Saúde de Cabo Verde, refere que "é mais difícil ser-se líder agora em Cabo Verde", uma vez que "liderar gente informada é um desafio maior". Esta entende que "África precisa de mais boa governação e de uma liderança que sirva as pessoas", bem como de "manter a credibilidade".
Terei sido a primeira mulher na comissão política, fui Ministra da Defesa, tive responsabilidades que outras mulheres, antes de mim, não teriam tido e isso deu-me uma grande vantagem.
Portal da Liderança (PL): Como se define enquanto líder?
PL: Para si, o que é o fundamental da liderança?
Muito trabalho também é algo muito importante para um líder bem-sucedido.
PL: Quais os principais desafios de liderança que se lhe deparam no exercício das suas funções?
PL: Qual foi a situação que a fez aprender mais em termos de liderança e o que aprendeu?
Por exemplo, o aumento ou a reforma do IVA, ou reformas que à partida não são evidentes, mas se estamos convictos, lemos o dossier e entendemos que é esse o caminho, deveremos argumentar, procurar explicar e avançar. As decisões certas, não serão sempre as mais populares nem as melhor compreendidas pelo círculo que pressiona noutra direção, mas um bom líder deve poder estar convicto das suas decisões. Naturalmente tomá-las-á com as informações que tem no momento, mas deve passar esta firmeza nas suas decisões.
PL: A sua carreira apresenta, entre outras, experiência como consultora em alguns países africanos. Como pode a liderança nos países africanos tornar-se mais eficaz?
PL: Quais os ganhos que se obtêm com um cada vez maior equilíbrio de géneros no exercício da liderança?
PL: Quais os desafios de liderança que se deparam a Cabo Verde nos próximos 10 anos?
PL: Onde mais tendem a falhar os líderes políticos?
Diria que a coerência, a credibilidade e a capacidade de diálogo com os outros são fundamentais.
PL: Quais são os três principais desafios que confrontarão os líderes políticos nos próximos 10 anos?
Finalmente, outro grande desafio seria o da afetividade. As pessoas até podem admitir que não se têm as soluções todas mas querem ser ouvidas, querem comunicar, e sendo esta uma sociedade de conhecimento e de proximidade, muitas vezes procuram os líderes também por razões de afetividade.
PL: Quais são as três qualidades mais importantes para um líder político nos próximos 10 anos?
CF: A coerência, a credibilidade e a capacidade de acompanhar uma sociedade policêntrica, uma sociedade mais complexa que, felizmente, possui gente mais informada que também nos pode ajudar a construir as decisões, na busca de soluções para o país.
Deverá ser, sem dúvida, um líder integrador, inclusivo.
PL: Um dia o que é que o mundo vai dizer de si?
CF: Talvez dirão que eu tenha sido uma mulher que assumiu certos desafios. Fui confrontada com desafios que não tive problemas em aceitar e talvez com alguma ousadia, nomeadamente a nível do PAICV, o meu partido político. Terei sido a primeira mulher na comissão política, fui Ministra da Defesa, tive responsabilidades que outras mulheres, antes de mim, não teriam tido e isso deu-me uma grande vantagem porque aprendi imenso. Considero ter sido um grande privilegio ter podido assumir esses desafios.
O que eu espero que digam de mim, é que tive firmeza no que fiz, que me entreguei com alma, que é algo que gosto de por naquilo que faço, e espero também que me venham a considerar coerente naquilo que projetei e no serviço que prestei. Espero que digam que eu fui responsável nos vários desafios que tive.
Maria Cristina Lopes Almeida Fontes Lima é licenciada em Direito (Portugal) e Mestre em Administração Pública (USA). Desempenhou as seguintes funções: Ministra da Reforma do Estado e da Defesa nacional; Ministra da Presidência do Conselho de Ministros, da Reforma do Estado e da Defesa Nacional; Ministra da Justiça e Adjunta do Primeiro Ministro; Ministra da Justiça e Administração Interna; Consultora em Assuntos Jurídicos e Gestão em Lomé (Togo); Advogada e Consultora Jurídica na Praia; Deputada da Nação; Diretora do Gabinete de Estudos e Planeamento do MNE; Assessora do Ministro dos Negócios Estrangeiros; Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos e Tratados do MNE.