Hoje é frequente ouvirmos que temos de falhar depressa, falhar barato e andar para a frente. Mas como se faz isso? Tom Hulme, diretor executivo da IDEO London, explica.
Fazer protótipos ajuda porque força-nos a dar vida às nossas ideias. No entanto, muitos protótipos são desenhados, construídos e avaliados dentro de uma empresa ou com um focus group de consumidores previamente escolhidos.
1 Lance as suas ideias para o mundo antes de estarem prontas. Na IDEO (consultora de design), ao trabalhar com grandes empresas e com start ups, já vimos esta abordagem a falhar, principalmente porque o feedback dos focus groups não representa o mundo real. Em vez disso, deve lançar as suas ideias para o mundo antes de estarem prontas. Esqueça os focus groups. Coloque o seu produto ou serviço num ambiente real.
Ao lançar a V-Water, um bebida refrigerante entretanto adquirida pela Pepsi, o cofundador pegou num protótipo do seu produto e colocou-o nas prateleiras do supermercado local. Depois esperou que os consumidores pegassem ou ignorassem o produto e perguntava-lhes porquê. Obteve assim feedback imediato de pessoas reais no contexto em que estas estavam a avaliar o produto sem inicialmente o saberem.
2 Teste a atratividade das suas ideias online antes de estas existirem. As novas tecnologias permitem testar se as nossas ideias são atrativas junto de um grupo específico ou até para todo o mercado. É assim que na Zynga se testam novas ideias para os jogos sociais. Criam uma frase de cinco palavras para um novo jogo e colocam-na num site popular entre o seu mercado-alvo. Quando alguém clica na frase é encaminhado para um questionário. A empresa consegue assim avaliar o interesse, minimizando a hipótese de rejeição do mercado, antes mesmo de começar a desenvolver o jogo.
3 Lance uma versão falsa do seu serviço. A tecnológica Intuit foi além dos testes de atratividade. A empresa pretendia testar se um novo serviço de SMS destinado aos agricultores índios seria realmente adotado. Em vez de levar meses a construir uma plataforma totalmente funcional, a equipa construiu um serviço falso e realizou as partes complexas do sistema sozinha. Tudo isto em apenas sete semanas. Ao lançar um site falso e ao ver que os agricultores aceitavam o produto, foi confirmado que o serviço era uma necessidade real, e quando começaram a construir o site final puderam incorporar o feedback que obtiveram com o primeiro.
Lançar produtos e serviços pode ser arriscado, e fazer protótipos em público pode também parecer arriscado – pode estar preocupado com o facto de a sua ideia poder vir ser copiada ou sentir que pode ser embaraçoso lançar algo que não está perfeito. Mas veja as coisas deste modo: testar o seu protótipo no mundo real é mais rápido, tem menos custos e muito menos riscos que apostar em algo que as pessoas podem não querer.
Os protótipos no mundo real podem ajudá-lo a priorizar os projetos a desenvolver e como deverá desenvolvê-los.
