Três lições de liderança pelas cordas de B.B. King

Três lições de liderança pelas cordas de B.B. King
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A experiência de vida do “rei do blues” serve de ensinamento aos líderes mais intrépidos. Dos campos de algodão para os palcos do mundo, a lenda americana foi o paradigma da liderança com enfoque e paixão. 
  
Artika R. Tyner

Desde que me lembro que, à noite, antes de dormir, ouvia os sons suaves da guitarra elétrica e o som vibrante da harmónica. Um dos músicos de blues favoritos do meu pai era o mítico B.B. King (1925-2015), conhecido como o “rei do blues”. No domingo, 14 de maio, assinalam-se dois anos sobre a morte desta lenda da música. À medida que fui refletindo sobre como B.B. King teve impacto na nossa vida, sobressaíram três lições-chave de liderança.

1. Os três “L”. B.B. King declarou uma vez que “os blues baseiam-se nos três “L”: viver (living), amar (loving) e, esperemos, rir (laughing)”.
Viver. Este princípio centra-se na criação de significado para o nosso dia a dia. Será que vamos encontrar a nossa paixão e descobrir a nossa vocação? Viver tem a ver com os momentos que criamos. No caso dos líderes, está relacionado com os momentos em que aproveitam a oportunidade para fazer a diferença e capacitarem outras pessoas a fazerem o mesmo.
Amar. Estamos todos interligados, portanto, o amor é o fio que nos entrelaça. Na liderança, trata-se de formatar o caminho a percorrer, de criar uma visão de justiça, e inspirar os outros a liderarem a sua própria mudança. Os líderes cultivam este poder a fim de transformar os sistemas e de criar soluções novas e inovadoras para questões prementes de justiça.
Rir. Os líderes ajudam a unir os outros para criar um futuro melhor. Diz-se que o riso é o remédio para a alma. Rir é também uma ferramenta de comunicação, de partilha de alegria e de felicidade. Este tipo de comunicação reconhece que as pessoas estabelecem primeiro uma ligação com os seus líderes por verem nestes um reflexo dos seus valores; em seguida ligam-se através das ações da liderança, que se manifesta por meio do envolvimento coletivo.

2. Os líderes são adaptáveis... A própria natureza do blues é o poder de improvisação – a capacidade natural de harmonizar sons a partir de um leque de instrumentos e permitir que a mensagem surja através das letras. Este é um processo natural, que se desenrola no momento. Os líderes, tal como o artista de blues, também devem saber improvisar, ser adaptáveis, reunindo diversas perspetivas, e envolver-se na resolução criativa dos problemas. Isto é o que distingue aqueles que debatem ideias daqueles que se atrevem a tornar a sua visão realidade. Estes últimos são os líderes que têm transformado as suas comunidades e o mundo.

3. ...e seguem as suas paixões. A história de B.B. King começa no Mississippi, tendo passado de origens humildes para os palcos do mundo. Tudo começou nos campos de algodão, onde colhia a matéria-prima para sobreviver. Mas a paixão e o amor pela música motivaram-no a querer partilhar o dom com os outros. O percurso do rei serve como uma importante lição de liderança: o importante não é onde se começa na vida, mas como se termina. Isto porque cada dia é uma oportunidade para escrever um novo capítulo na sua caminhada de liderança.

12-05-2017

Fonte: Huffington Post


Portal da Liderança  


Artika R. TynerArtika R. Tyner, educadora apaixonada, é autora, palestrante e forte defensora da justiça. Na Universidade de St. Thomas, além de docente, tem a seu cargo o Departamento de Diversidade e Inclusão. Forma estudantes para atuarem como “engenheiros sociais, que criam novos percursos para a justiça e a liberdade”.