Mau ambiente? Há 5 formas de não deixar mal os funcionários

Mau ambiente? Há 5 formas de não deixar mal os funcionários
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Os colaboradores estão satisfeitos com as tarefas que desempenham? O escritório tem um bom ambiente? A cultura da empresa é acarinhada e promovida? Se a resposta é “não” ou “não sei”, o líder está a falhar em cinco aspetos.

Não importa quais sejam as responsabilidades básicas, quão difíceis sejam as tarefas, ou qual o salário: cabe ao líder fazer os colaboradores sentirem que estão a servir um propósito maior, mantendo-os motivados. Um estudo da Gallup refere que 50,8% dos trabalhadores nos EUA não se sentem satisfeitos ou envolvidos no cargo que ocupam, e 17,2% não se sentem envolvidos de todo. O que faz então com que uma elite de 32% esteja feliz com o que faz? Tem a ver com as tarefas desempenhadas e os deveres, ou há algo mais que isso? – Tem a ver com o líder: a forma como este leva os funcionários a interessarem-se e a envolverem-se mais, declara Philip Kushmaro, responsável pela área de digital marketing no Astound Group, na Business.com.

Seja através da criação de uma atmosfera de equipa, mostrando que se está a trabalhar para um bem maior, ou simplesmente ao tornar o trabalho mais divertido, os empregadores têm uma grande influência no envolvimento dos trabalhadores.

O top 5 das razões pelas quais os funcionários se preocupam realmente com os seus empregos pode ajudar o líder a fornecer estas especificidades à sua equipa, logo, a ter um ambiente de trabalho com maior envolvimento.

1. Liberdade. A chave para levar os colaboradores a empenharem-se no seu trabalho e a envolvê-los passa por lhes proporcionar a sensação de liberdade. O CEO da Guesty (que fornece um conjunto de ferramentas de gestão para anfitriões da Airbnb) afirma que “tento contratar pessoas extremamente inteligentes que, quando têm liberdade para experimentar, têm ideias brilhantes que de outra forma não me teriam ocorrido”. 

O que mais gostamos no nosso trabalho é a sensação de que controlamos tudo, mesmo que tecnicamente haja pessoas acima de nós. É muito importante que os trabalhadores tenham realmente responsabilidade quando incentivados e capacitados para fazer o que é certo por conta própria, e não porque alguém num lugar de topo diz para fazer.

Com a liberdade vem a confiança. De forma a dar liberdade aos funcionários, o líder deve inspirar um sentimento de confiança mútua. É esta confiança que constrói uma cultura de equipa saudável e leva a colaboradores envolvidos que se preocupam com o seu trabalho e a sua equipa. Quer se seja um empregador ou um empregado, é essencial que cada indivíduo faça um esforço para formar esta relação de confiança. Se, enquanto trabalhador, sente que não tem a liberdade e autonomia adequadas, fale com o seu superior hierárquico sobre o assunto e vejam quais são as opções. 

2. Cultura. A cultura num escritório depende de muitos aspetos. As pessoas podem torná-la muito atrativa ou numa situação negativa e prejudicial. Os funcionários consideram a cultura e o ambiente de trabalho fatores muito importantes para gostar do que fazem. Quando todos se preocupam uns com os outros e têm a sensação de confiança mútua, a cultura emerge naturalmente. 

Por norma, a cultura vem de cima para baixo, por isso é responsabilidade da gestão de topo definir o status quo. E sim, tem sido demonstrado que os locais de trabalho com snacks gratuitos, mesas de pingue-pongue, etc. têm colaboradores mais envolvidos.

Diane Helbig, editora que colabora no COSE - Council of Smaller Enterprises (plataforma americana de recursos para pequenos empresários), frisa a importância de criar uma impressão cultural – especialmente entre as novas contratações. “Entender a cultura é onde pode ser impactante ter uma abordagem de equipa. Tenha um grupo de colaboradores – e não apenas gestores – a receber os novos contratados; ouvir os seus pares explicarem como as coisas funcionam pode ser tão valioso como o ouvir dos Recursos Humanos”. Ao envolver e formar os novos recrutas, eles serão capazes de ver como todos os seus colegas trabalham e será mais fácil participar e fazer perguntas.  

3. Equipa. O líder tem de pensar sempre nos colegas de trabalho como companheiros de equipa. Se já participou em algum desporto de equipa ou vê desporto, sabe que há uma ligação única entre companheiros de equipa. Quando sabemos que outras pessoas dependem de nós, tendemos a ter melhor desempenho, porque não queremos desapontar os nossos companheiros de equipa.

A chave para promover o espírito de equipa e levar os mais agressivos a lutar pelo bem comum está em mostrar a cada pessoa como os seus esforços individuais afetam os restantes membros e a empresa como um todo. Quando sabemos que podemos contar com os colegas do lado e que eles confiam em nós, formamos um vínculo como companheiros de equipa que incentivam de forma mútua a trabalhar mais e a um maior envolvimento no trabalho.

Outra maneira de motivar a equipa é a criação de um sistema de recompensas e incentivos, mas não apenas para quando as metas são alcançadas. Os líderes que proporcionam incentivos aos funcionários por resolverem problemas/questões não só constroem uma equipa mais forte e mais inteligente como também motivam os funcionários a pensarem “fora da caixa”.

4. Variedade. Se a cultura e o trabalho em si forem monótonos, é normal não haver muito empenho. Mas há alternativas para incrementar e animar a vida no escritório. Faz parte da natureza humana favorecer a variedade e procurar novas oportunidades de aprendizagem, mas tal não tem necessariamente de prejudicar as responsabilidades diárias – como, por exemplo, os funcionários receberem os recursos e ferramentas suficientes para a formação contínua e desenvolvimento noutros aspetos da empresa. Pelo que o marketing interno é realmente importante, sobretudo em business-to-business (B2B). Se sente que precisa de mais “tempero” na rotina diária, frequente cursos online num assunto que lhe interesse ou que complemente a função que desempenha.

5. Criticar quando é preciso. Elogiar sempre. Todos os trabalhadores têm os seus dias bons e dias maus. Se há funcionários que se preocupam com os seus empregos e não estão felizes com as suas vidas profissionais é porque não fazem outra coisa que é ter sucesso. E apesar de – ou por – serem bem-sucedidos, também sabem como lidar com os dias difíceis, passar por eles, e aprender com os erros. Pelo que fazer críticas construtivas, por muito que custem na altura, tendo em conta a forma como se lida com elas e avança a partir daí, pode fazer uma grande diferença no envolvimento dos funcionários e na sua satisfação com o trabalho. Claro que elogiar quando é necessário também é importante. Quando os companheiros de equipa têm grandes marcos ou realizações para comemorar, ajuda a formar o vínculo e a dar às pessoas uma boa desculpa extra para se preocuparem com o trabalho que desempenham.

Quando se tem colaboradores que se preocupam com a função que desempenham e estão envolvidos na empresa, todas estas questões acabam por acontecer com naturalidade. Em qualquer negócio, a cultura tem um grande impacto no empenho – como tal, ao proporcionar aos trabalhadores estes cinco aspetos a organização deverá vir a ter uma equipa mais envolvida e resultados de sucesso.

25-05-2016


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