Estratégias de inovação na China: Porque a China está a inovar

Estratégias de inovação na China: Porque a China está a inovar
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A China tem-se vindo a afirmar não só enquanto investidor, como cada vez mais ao nível da internacionalização e exportação. Mas não se fica por aqui. A China está a inovar e há que estar atento às conquistas que têm feito.

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Vários têm sido os players dinâmicos e multinacionais que se têm focado em ajudar a China a criar um número crescente de produtos e de serviços inovadores. O passo seguinte passa por intensificar a competição é o passo seguinte e há que saber como atuar nesse sentido.

Algumas das conquistas da China são visíveis: “uma duplicação percentual de patentes garantidas a inventores chineses desde 2005, por exemplo, e o crescimento de empresas chinesas nas indústrias da energia eólica e solar. Outros desenvolvimentos, como avanços por parte das empresas locais de equipamentos electrónicos para o consumidor, mensagens instantâneas e jogos online, podem estar a escapar à atenção dos executivos que não estão na China”, referem Gordon Orr e Erik Roth, responsáveis pelo escritório de Xangai da McKinsey.

À medida que a inovação vá ganhando força na China, os riscos aumentarão tanto para empresas domésticas como para empresas multinacionais. As proezas ao nível da inovação deixarão de ser um importante diferenciador dentro da China, mas sem que tal signifique que deva deixar de produzir ideias e produtos capazes de se tornarem sérios concorrentes a nível internacional.

“Empresas chinesas e multinacionais trazem diferentes forças e fraquezas a esta competição. Os chineses têm tido, tradicionalmente, um viés em relação à inovação através da comercialização – estão mais confortáveis do que muitas empresas de ocidente a lançarem, rapidamente, novos produtos ou serviços no mercado e a melhorarem o desempenho nas gerações seguintes. É comum os produtos serem lançados em muito menos tempo do que seria necessário para o fazer num mercado mais bem desenvolvido que o de origem. Embora a qualidade dos primeiros seja variável, os que se seguem melhoram rapidamente”, referem Gordon Orr e Erik Roth.

Inovacao-ChinaAs empresas chinesas também beneficiam da ênfase do governo na inovação autóctone, que, segundo Gordon Orr e Erik Roth “tem sido muito sublinhada no plano para os próximos 5 anos. As autoridades chinesas vêem a inovação como um factor critica tanto para a saúde da economia nacional a longo prazo, como para a competitividade global das empresas chinesas”.

“A China já criou as sementes para 22 polos de inovação, semelhantes aos de Silicon Valley, nas indústrias da ciência e da biotecnologia. Em semicondutores, o governo chinês tem estado a consolidar polos de inovação para seguidamente criar centros de criação de excelência”.

No entanto, Gordon Orr e Erik Roth referem que “o progresso não é uniforme para todas as indústrias e a capacidade de inovação varia de forma significativa: várias competências básicas são os pontos fortes dentro de uma típica empresa chinesa. Os pontos de dor incluem uma ausência de técnicas avançadas para entenderem, não só intuitiva como também analiticamente, o que os consumidores realmente querem”. Estas tratam-se de culturas corporativas que não defendem a tomada de risco, existindo uma escassez ao nível da colaboração interna, o que é essencial para o desenvolvimento de novas ideias.

“As multinacionais são de longe mais fortes nestas áreas, no entanto enfrentam outros desafios, como o elevado atrito entre os cidadãos chineses de talento, o que pode atrasar os esforços para criar centros inovação locais”, referem Gordon Orr e Erik Roth. Estes acrescentam que “as contrastantes capacidades de players nacionais e multinacionais, em conjunto com o estado ainda incerto da proteção da propriedade intelectual, criam o potencial para uma competição às avessas, para parcerias criativas e para uma mudança rápida”.

Fonte: McKinsey