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Há duas formas de espalhar a luz: ser vela ou o espelho que a reflete  Edith Wharton 

Edith Wharton 

Camille Landau: Os empresários americanos falam frequentemente e com orgulho nos seus erros

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Camille Landau: Os empresários americanos falam frequentemente e com orgulho nos seus erros

Camille Landau, Senior Advisor Startups and Innovation nos EUA, confessa que o sucesso americano se deve muito ao facto dos "empreendedores americanos terem a vantagem do país abraçar tanto o falhanço como o sucesso". Segundo esta, "Silicon Valley comporta-se como se fosse uma enorme lean startup".

Portal da Liderança (PL): Quais os conselhos que partilha com as startups portuguesas para potenciar os resultados na atuação nos Estados Unidos?

Camille Landau (CL): O primeiro passo é começarem a pensar nas startups como a América as está a pensar nos dias que correm, ou seja, começarem a usar a lógica do lean startup. Isto significa que temos de aprender rapidamente com os nossos erros, ou seja, errar o mais rapidamente possível para chegarmos ao sucesso mais rapidamente. Quando se é uma startup, apenas se têm ideias de quais serão os nossos mercados e os nossos produtos. É muito importante encontrar formas de testar essas ideias o mais rapidamente possível e com o menor custo. É importante que uma startup não ponha todo o seu investimento no mesmo produto e mercado e que não tenha a crença de que já conhece o mercado antes de ter realmente começado a atuar nele. 

PL: Quais os segredos de liderança que pensa existirem em Silicon Valley? O que podem os líderes esperar de uma experiência in loco? 

CL: Um dos segredos é a contínua aprendizagem das empresas desde que chegam a Silicon Valley. Ainda há pouco falava no lean startup, que não é mais do que a adoção de uma rápida aprendizagem na empresa. O que acontece em Silicon Valley é esta comportar-se como se fosse uma enorme lean startup, uma vez que todos aprendem uns com os outros. Há um grande conhecimento do que está a acontecer não só na sua área de atuação, mas em todas as outras e de como se poderá utilizar a tecnologia numa área possivelmente diferente na sua empresa.  Uma forma de conseguir essa informação sem lá estar é através da leitura das mesmas publicações que as pessoas lá estão a ler. Recomendo assim que se preparem para a viagem através do Machable e do Techcrunch e que comecem a seguir no Twitter os fundadores das empresas de Silicon Valley.

PL: O que pode um líder já com uma vasta experiência aprender com a forma de trabalhar e pensar de uma startup? 

CL: Quando se tem uma empresa de sucesso ou que faz algo muito bem durante um longo período de tempo, é difícil começar a pensar-se como uma startup. É difícil conseguir colocar tanto em risco e admitir que não se conhece assim tão bem o caminho a seguir. De qualquer forma, penso que as grandes empresas têm muito a aprender com o processo de aprendizagem das startups. Na verdade, a arte reside em conseguir criar processos experimentais que não sejam demasiado dispendiosos em recursos e tempo da equipa, ou outros custos inerentes, e começar a testar uma suposição. Quando numa grande empresa uma equipa realmente consegue fazer isto, o seu trabalho irá conseguir melhorar um número sem fim de práticas instituídas sem que esta seja uma startup. 

PL: Como é que os empreendedores deverão lidar com os erros e os falhanços? 

CL: Os empreendedores americanos têm a vantagem do país abraçar tanto o falhanço como o sucesso. Faz tudo parte da sua história e os empresários americanos falam frequentemente e com orgulho nos seus erros, dizendo sem problema onde falharam e quantas vezes falharam até atingirem o sucesso. É isso que conta a história da sua perseverança. Encorajamos mesmo os empreendedores a falharem, visto ser um sinal de que realmente testaram as suas ideias até ao limite, mas na esperança de que não gastem demasiados fundos no processo. Outra das vantagens culturais que a América tem, é não verem a banca rota como o descalabro, como é visto noutros países. Sei que existem países no mundo onde, se chegarem à banca rota, podem ser presos. Temos assim algumas vantagens culturais relacionadas com o falhanço. Aconselharia outras empresas e culturas a verem quais os tipos de erros que poderão suportar e a testar essas ideias.

PL:  É consultora da Leadership Business Consulting nos Estados Unidos. Quais as áreas em que as startups aí presentes e financiadas por capital de risco mais necessitam de ajuda? 

CL: A equipa da Leadership Business Consulting faz muita coisa em parceria com as startups, mas uma das coisas que reparei é que seria muito útil às empresas se, antes de irem para os EUA, dedicassem mais tempo a analisar os concorrentes que aí irão encontrar. Estes não devem ser vistos necessariamente como um problema, mas, muitas vezes, como uma porta de entrada no mercado americano. Para que realmente consigam perceber o mercado norte-americano, precisarão de perceber bem o que é a competitividade, especificamente como irão acrescentar valor e como o vão comunicar de forma muito sucinta. Penso que estas são as áreas em que é mais necessário as startups trabalharem e das quais nunca estarão totalmente capacitadas. 

 


Camille-LandauCamille Landau é consultora sénior em estratégia e inovação contanto com uma vasta experiência na área do enquadramento de modelos de negócio digitais, de modo a potenciar as oportunidades e a evitar os percalços da economia digital/mobile. É também ela própria uma empreendedora através da criação e desenvolvimento de três startups de atuação na gestão da usabilidade de produto digital/mobile/social. Consultora com mais de dezassete anos de experiência no desenvolvimento de produtos digitais e de definição e análise de estratégias de marketing digital, já trabalhou com a KB Home, a Visa e a TBWA/Chiat/Day. Trabalha atualmente com empresas da Fortune 500, SMBs e startups no desenvolvimento e venda de novos produtos. Atualmente é consultora da Portugal Ventures e da Leadership Business Consulting ao nível do empreendedorismo, implementação e atuação de empresas nos Estados Unidos.

 

 

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